Damba na história de Angola.
Por Dr. João Disilia
Os portuguêses que conseguiram desintegrar o reino de Ngola Kiluange, não estavam satisfeitos.Eles atacaram o reino do Kongo, que se encontrava já devastado e ruinado pelas intrigas. Para ajudar
o nascimento de Angola, os especialistas portugueses já estavam em obra no Kongo, onde eram organizadas e dirigidas as incursões que assediavam o Pungu a Ndongo, conquistado no ano 1680.
O Kongo já não existia, mas existia pequenos estados, em que todos reivindicavam a seberania e o trono de Mbanza Kongo. O distrito do Soyo estava já independente ao mesmo título o de Loango.
Matamba, Ngoyo, Nsoso, Zombo, Kimpangu, Kongo dia Lemba, Nsundi e Nkusu já não estava mais sob controlo da corte de Mbanza Kongo.
A política colonial portuguesa consistia dividir para reinar, para dominar e não para servir. Para atingir os seus objectivos, não era só suficiênte para os portugueses de explorar para se
enriquecer, mas também era necessário tornar inoperente o aparelho político. O trono kongo vai doravante pertencer aos favoritos dos portugueses.
Apartir do rei Afonso I, N'zinga a M'vemba, nenhum rei reinará sem acordo prévio dos portugueses, assim por exemplo, os desassete reis que sucederam-se no trono do Kongo depois da morte do rei
Afonso I em 1543 até a subida no trono do rei António Vita a Nkanga I em 1663, doze morreram assassinados pelos seus rivais. Afonso I, pela instigação dos portugueses, matou o seu meio irmão
Mpanzu a Lumbu que tinha recusado prospecção das minas de ouro e de prata da Damba. Pedro I, N'kanga a M'vemba, filho de Mpanzu a Lumbu, reinou apenas seis(6) horas, foi
destituido pelo rei Francisco I Mpudi a Nzinga, favorito dos portugueses.
Em 1656, os portugueses apresentaram ao rei Garcia I Kimbaku Nkanga ne Lukeni que reinou entre 1641 a 1663, um tratado com o seguinte conteúdo:
"O soba de Ambuila, um Dembo(...), apartir de agora vai depender de Luanda; nenhum europeu vai entrar no Kongo sem passar pelo porto de Luanda(...), o comercio no interior do
Kongo será livre para os portugueses, o tecido, o sal e os escravos deverão passar sem pagar impostos (...). O Kongo deverá ceder os territórios que se situam no sul do rio Dande, onde se
encontra a ilha de Luanda, fonte da sua moeda o Nzimbu"
Em 1664, quando o sucessor de Garcia II, Kimbaku Nkanga a Lukeni, António I Nkanga, pediu a restituição da Ilha de Luanda, os portugueses exigiram-lhe antes a
cedência das minas da Damba. A recusa do rei do Kongo obrigou os portugueses a incitar Dom António Afonso Newandu, chef do distrito de Soyo e Dona isabel Ne Mbuila do distrito de Mbuila a fazer
guerra contra o António I, Vita Nkanga.
Conforme o plano estabelecido, as revoltas seriam socorridas pelos portugueses de Luanda, afim de conquistar pela força as minas de ouro e de prata da Damba, prometidas aos
portugueses pelo rei Garcia II, Kimbaku Nkanga ne Lukeni.
André Vidal de Negreiro, governador de Luanda, enviou um contigente militar comandado pelo general Luís Lópes Serqueira. O rei do Kongo tomou conhecimento do que se tramava contra ele, em Luanda
e em Lisboa, no dia 13 de Julho de 1665, mobilizou para a guerra todos homens válido contra os portugueses. Em Outubro do mesmo ano, o general Luís Lópes Serqueira, com a sua tropa 360
portugueses e 700 000 Yakas encontra-se em MBuila, localidade que se situa entre Mbanza Kongo e Nambuangongo, para apoiar a revolta da Dona isabela. O rei António I Vita a Nkanga deslocou-se
pessoalmente no campo de batalha, tinha um exêrcito de 900 000 homens, sob o comando de Ne Mbamba mais 190 portugueses comandado pelo Pedro Fias de Cabra, um capitão mestíço. Quer dizer havia
dois comandantes no lado dos congoleses. Este erro é que provocou a derrota dos congoleses.
No dia 29 de Outubro de 1665 o exêrcito do reino do Kongo foi derrotado. O rei António Vita Nkanga morreu nesta batalha e decapitado cuja a cabeça levada em
Luanda como trofeu com muitos prisoneiros, o filho do rei, Afonso, morto e o jesuita congelês o padre Manuel Rodrigues. Tomando Deus como cúmplice desta carnagem, os portugueses festejaram esta
vitória por um Te Deum, cantado pelas todas paróquias católicas do reino do Kongo e do Pungu a Ndongo. Uma missa de ações de graça acrescentada de sermões pela circuntãncia foi celebrada em
Angola e em Portugal.
Ao fim de cerimónia de alegria, o governador Vidal de Negreiro, enterrou a cabeça do rei Kongo, Nkanga Vita, na Igreja de nazareth em Luanda. Esta Igreja foi construida para comemorar esta
batalha.
Tinu Ndozuawu(Rei João I) Nzinga Nkuvu -Rei do Kongo
(Tradução de Sebastião Kupessa)
Fonte: Nekongo