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27 Jan

Kyala Kya Ntalu - Soba de Mabubu, de 1930 à 1958

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #Fragmentos históricos da Damba, #Coisas e gentes da Damba

Soba Kyala Kya Ntalu, a terceira figura, da esquerda para a direita. Imagem do Dr. Morais Martins

Soba Kyala Kya Ntalu, a terceira figura, da esquerda para a direita. Imagem do Dr. Morais Martins

 

Soba Kyala Kya Ntalu, uma das grandes figuras da sede da Damba, Soba de Mabubu, nos meados de século passado. Regedor, conselheiro principal dos administradores Bicudo e sobretudo do Dr. Morais Martins, representante da autoridade tradicional em que foi importante  juiz. Patriarca dos Clãs Ki Nkosi a Mbunga e do Ki Zinga em que foi filho.

Soba Kyala Kya Ntalu nasceu em  Mabubu (Sede da Damba) em 1908, casado com Luisa Makumbu, originária do Nkowa e do Yembo. Soba Kyala kya Ntalu, substituiu o seu pai, com o mesmo nome, como soba de Mabubu. O seu pai foi irmão ou sobrinho do Soba Ntela, o fundador de muitas aldeias de Mabubu, no momento de transferência das populações locais dos mazumbos para constituir aldeias à beira da estrada principal.

Na sua infância, os seus pais, decidiram confiâ-lo numa família portuguesa, cuja a esposa chamava-se Lloyd, onde recebeu educação europeia, com objectivo de ser interlucutor dos interesses dos nativos com os europeus. Em 1930, sustituiu o seu próprio pai e subiu no trono sobal de Mabubu e ser nomeado ao mesmo tempo o regedor da mesma localidade.

Durante a sua colaboração com a administração colonial, foi ele quem atribuiu o lugar onde se construiu a pista de Aviação, Hospital Municipal e a Missâo Católica, como se sabe, trouxe muitos benefícios para a populaçâo local em projectos sociais como hospitais, escolas, carpintarias, serrações, cerámicas, etc.

Como religioso, depois da fundação da BMS ( Missão Evangêlica Baptista) em Sâo Salvador do Kongo, Kibokolo, Bembe, ele foi ter com os missionários ingleses, oferecendo-lhes um espaço significativo no Mabubu (Ndembo-Ndembo), afim de construir uma BMS na Damba. 

Como soberano local, foi um homem de responsabilidades, criou nâo só os seus flilhos, sobrinhos e parentes, encarregou-se pessoalmente de muitos aldeões necessitados inserindo-os na vida profissional. Acolheu em sua casa, durande longos anos, o Afonso Nteka, o primeiro Bispo da Diocese de Mbanza Kongo, durante os seus estudos primários, na escola da Missão católica. Foi amigo pessoal de Simão Toko, que nas suas visitas na Damba era hospedado em sua casa, por vários dias, onde falavam da descolonização e do bem estar do nativo.

Também foi um homem de negócio exemplar, associou-se com o soba Kaboko do Nsoso, na criaçâo de gado bovino, foi igualmente proprietário de uma grande fazenda de café, actualmente abandonada por falta de investimento ou de herdeiro capaz de ocupar-se da mesma.

O soba Kiala Sebastião Talo (o seu nome do registo colonial) morre em 1958, no Hospital da BMS de Kimpese (IME), vítima de úlcera, não resistindo a cirurgia que foi submetida e foi sepultado nesta localidade.

 

Foi contemporâneo dos sobas Ndwalu Mbuta, no Nkusu, Daniel Malungo do Wandu, Kyala Kya Zinga do Kimayala, Nakunzi e do já citado soba Kaboko (pai) do Nsoso.

 

 

Em colaboração com Ladjo Pene

 

 

Kyala Kya Ntalu - Soba de Mabubu, de 1930 à 1958

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