O REI DO UÍGE, quer melhores condições sociais para Kimbele!

Por Domingos Cazuza

O chefe Tradicional da província do Uíge, António Muana Uta Cambamba 7, apontou na semana passada que o executivo provincial deve construir mais centros médicos em várias zonas do Alto-Zaza, município de Quimbele, para que as populações deixem de recorrer ao Congo Democrático.

                            O rei do Uíge, Mwana Wuta António Kambamba VII

O Rei do Uíge, quando fez estas declarações ao Novo Jornal, adiantou que “a comuna do Alto-Zaza tem
uma grande extensão territorial” e, apesar disso, “só existe um posto médico para atender uma demanda de 1500 populares”, não sendo possível acudir a todos. “Para chegar à sede, temos de percorrer mais de 200 quilómetros e a RDC fica mais próxima de nós. Tem que se colocar mais médicos nos hospitais e não apenas enfermeiros, para podermos detectar algumas enfermidades que possam surgir”, alertou.

Segundo António Muana, o seu município já regista um pequeno crescimento e a província um franco
desenvolvimento, com a construção de novos empreendimentos sociais. “O executivo provincial no muni-
cípio de Quimbele está a reparar as principais vias de acesso, a construir novos postos médicos e algu-
mas escolas do ensino primário, que poderão se estender ao ensino secundário”. António Cambamba 7 adiantou ainda que estão a ser construídas casas da juventude para o Estado colocar nessas residências os recém-casados.

Recordou que a comuna do AltoZaza, município de Quimbele, desde a era colonial nunca beneficiou de
qualquer tipo de construção. Segundo o chefe tradicional do Uíge, só agora, ultrapassada que
está a longa guerra que o país viveu, “é que o executivo provincial está a construir moradias do tipo T2 para apoiar a juventude”. As populações vão contar também com um projecto, que abrange outras tipologias, e com a construção de fontenários para fazer chegar a água potável aos moradores, realçou.

O Rei do Uíge não soube dizer qual a quantidade de crianças que estão sem escola no seu município, mas adiantou que “com a construção das novas salas de aulas muitas crianças, no próximo ano lectivo, não vão mais percorrer longos quilómetros e nem tão pouco vão para as lavras”.

A população de Quimbele vive essencialmente da agricultura e da pesca e espera que o Governo faça
mais investimentos nesta zona.

O historial do Bayakas

A história Do Reino Bayaka remonta aos nossos antepassados que pertenciam à actual linhagem. Quando os colonialistas portugueses e belgas chegaram a Angola e ao Congo Belga, actual República Democrática do Congo (RDC), encontraram o reino Bayaka já organizado, na região do Cuólo-Cuango, no bairro Irguiánguia, circunscrição do Mbongui (posto) Kabamba, actual Comina do Cuango, município do Quimbele e em Kassongo-Lunda, região de Bandundú, da etnia Bayaka, no outro lado do rio Cuango, actual RDC.

A origem da denominação ou o título do poder tradicional “Rei Muana Uta Kambamba” é a seguinte: o chefe Muati Yanvu é o rei máximo de todos os reinos bantos de origem Lunda-Kola,
subdividido em quatro países africanos, nomeadamente, Angola, Gabão, RDC e Zâmbia.

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