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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Revolta de Mbuta em São Salvador (21)

Publicado por Muana Damba activado 23 Octubre 2012, 03:30am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 

MBUTA 21


…”N’esse mesmo dia era comunicado ao quartel-general que, não obstante se irem receber brevemente 60 carregadores do Ambrizete subsistia a necessidade dos carregadores pedidos a Luanda; em qualquer hipótese, porém, a fracção a que competia marchar por Noqui – M’Pozo- S. salvador, marcharia, embora soubesse que sem aqueles carregadores o seu comboio teria de ser tão reduzido que o mais pequeno obstáculo na marcha a colocaria em condições muito perigosas. Demais S. salvador só seria reabastecido quando ali chegasse a coluna do comando directo do Exº Governador e, enquanto se esperasse que esta ali chegasse quase ao mesmo tempo que a que seguia directamente de Noqui, qualquer embaraço que se desse agravaria a miséria em S. salvador pois que os seus recursos, reduzidíssimos, teriam que ser partilhados com o efectivo que, sob o meu comando, ali chegaria.


Durante o período em que a coluna permaneceu em Noqui e especialmente depois da acção do destacamento que sob o comando do tenente António Matos tinha destruído todos ou quase todos os povos da região do Congo, apresentaram-se muitos sobas da área da circunscrição do Noqui. Em 19 de Maio estavam apresentados os sobas dos seguintes povos: /:TOMBE, LENGUE, LUANDA PEQUENO, TOMBO, LONDO, VONDO, QUINGA, QUENDO, QUILEMBO, TAMBO, TAMBOCO, QUITIDE, FUACHI, QUINCAMA, QUISSEGUELE, TALA QUINZO, QUIOA, TENGA, SANDO, GINADE, QUIZAMBE, COMBO GRANDE, COOMBO PEQUENO, HITACULO, QUIMBUMBE.


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                                       Makesa, combatentes na revolta do Mbuta em São Salvador


Em 20 de Maio; partiu para Maquela do Zombo o tenente Agostinho Coelho da Costa, incumbido de ali angariar carregadores para a coluna que por Maquela seguiria para S. salvador e de recrutar auxiliares que deveriam colaborar com a mesma coluna. É que era de prever que a resistência a vencer fosse demasiada para o efectivo que por ali marcharia, calculado em 120 praças que, a sua maioria pouca ou nenhuma confiança poderia inspirar. D’essa missão se desempenhou cabalmente, como sempre, o tenente Peixoto da Costa, levantando mais carregadores pois que muitos deles fugiram, com se vê no relatório da marcha Maquela S. salvador. Os carregadores deveriam ser empregados a partir do momento em que fossem angariados no transporte dos géneros que eram dirigidos á estação do Tumba, e deveria estar concluído em 8 de Julho, para que a coluna dali pudesse partir em 10 do mesmo mês. Parte dos géneros que iam para a estação de Tumba destinavam-se a constituir um depósito na Damba, onde a coluna se reabasteceria no seu regresso da Quivoenga, mas os transportes entre Tumba e damba deveriam ser efetuados por carregadores angariados na Damba pelo respectivo comando militar para o que lhe foram dadas as necessárias instruções. O mesmo comando militar deveria, a partir de 10 de Julho, executar movimentos ofensivos na direcção do Bembe a fim de facilitar a cação da coluna que para ali marcharia, obrigando o inimigo a dividir-se, o que facilitaria a passagem do rio Lukunga em cujas margens a coluna deveria encontrar-se n’essa data, sendo provável que chegasse à Damba em 15 de Julho.


Tendo chegado a 19 de Maio, data que o Ex,º Governador partiu para o litoral para tratar da preparação da coluna de Maquela e de assuntos da administração do distrito, um cipaio conduzindo correspondência de S. Salvador, ordenei ao mesmo cipaio que coma máxima rapidez ali regressasse conduzindo uma nota confidencial destinada ao capitão-mor de S. Salvador, informando-o da data em que a coluna do meu comando estaria na margem do Lunda e determinando-lhe que n’essa data ali encontrasse uma força de 60 praças que garantiria a passagem do mesmo rio. Esta nota só e 1 de Julho chegou a S. salvador porque o cipaio que a conduzia se deixou ficar em Matadi não mais voltando a território português; certo é, contudo, que os rebeldes foram informados da data da minha chegada ao Lunda, pois que em S. Salvado, antes do dia 26, em que eu deveria chegar aquele rio, correu o boato de que os rebeldes da região tinham partido ao encontro da coluna que vinha de Noqui e não menos certo é que os encontrei, senão no Lunda, a meia hora de distância dali, de tal forma estabelecidos que tive de recusar o combate nas condições em que se apresentava….”  

Continua         

AHML      

 

                                                                                  Pesquisa de Artur Mendes

 


 

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