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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Revolta de Mbuta em São Salvador (14), a resistência continua na Damba e Bembe.

Publicado por Muana Damba activado 26 Septiembre 2012, 03:23am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 



…” O destacamento deu entrada em S. Salvador em 2 de abril; as tropas estavam bastante depauperadas por efeitos das fadigas sofridas e pela acção dos temporais quase quotidianos a que esteve absolutamente exposto sem dispor do mais insignificante abrigo. Não foi isto porém que deu lugar a uma interrupção nas operações activas; foi sim a falta de víveres e a necessidade de reabastecer e remuniciar, e, pior ainda a demora havida em tais operações.

Como a acima se disse, era intenção do Ex Governador que a coluna partisse de S. Salvador, logo que ali regressasse o destacamento a Quimbubuge; a presença do vice-cônsul inglês, Bell, e, também o inquérito a que procedia o capitão Cardoso aos actos do alferes Gama, como comandante militar de S.Salvador enquanto exercera aquele comando, demoraram a partida, que só teve lugar em 11 de Abril.

 

 

mapa de 1915cv

 

A composição da coluna era a seguinte: 4pelotõres de infantaria a 40 praças, respectivamente comandados pelos tenentes Filipe, Teixeira e Matos e alferes Gama. I peça de 7 sob o comando do tenente Ribeiro de Almeida, ficando em S. Salvador, gravemente doente o 1º sargento Isidoro, tendo essa guarnição um sargento e 1 cabo de infantaria e duas praças indígenas para serviço de ambulância e chefe dos serviços administrativos. A coluna era
comandada pelo capitão Monteiro, acompanhavam-na o Ex Governador e o capitão Cardoso.

Segundo as comunicações recebidas em S. Salvador até ao da partida era o seguinte o estado da rebelião no distrito: a revolta de QUIFUMA e de QUELLO estavam no mesmo pé, sem gravidade imediata; na área da circunscrição de NOQUI havia absoluto sossego; durava ainda a rebelião na DAMBA e no BEMBE.

Em face desta situação o objectivo da coluna era: marchar sobre o rio Luso e destruir o povo do mesmo nome, para castigar a sua atitude anterior de desfazer a impressão da retirada a que a coluna do capitão Cardoso tinha sido obrigada; montar ali um posto que, ao tempo se suponha que completada com blackhaus sobre o rio Lunda, garantiria a comunicação Noqui – S. Salvador, guarnecendo desde logo esse posto um pelotão; prosseguir a marcha com os três pelotões restantes até ao rio M’Pozo, destacando ali um pelotão que escoltaria todos os carregadores disponíveis, que iriam a Noqui efectuar o reabastecimento de viveres e munições. Os dois pelotões que avançavam até o M’Pozo bateriam na direcção Sul. Toda a região entre o M’Pozo e Luso até às nascentes deste rio e regressariam ao acampamento do Luso, marchando para ao longo da margem esquerda. O pelotão que ia a Noqui, reforçado por 150 praças requisitadas a Loanda (18º Companhia) marcharia até ao Luso onde, reunidas todas as forças disponíveis se organizariam duas colunas ligeiras que marchariam para S. Salvador,
seguindo uma delas o itinerário Vembo-Lungueje o outra por Kiende e Cunga.

Nada disto, porem, se pôde realizar, porque, quando a coluna chegava ao acampamento no rio Zoge, chegou um escoteiro vindo de S. Salvador com correspondência urgente e por ela se soube que a revolta alastrara em S. António, para onde tivera de ser enviada a 18ª companhia; que a região de Noqui se sublevara também e que o gentio dali, bem informado ao que se vê, tencionava ir atacar a força que sabia pequena, que escoltaria o comboio a Noqui.

Na fixação de objectivos da coluna à partida de S. Salvador, não quisera o Exº Governador ter em atenção a absoluta falta de víveres com a mesma coluna teria a lutar, especialmente os pelotões que tinham de aguardar o regresso do comboio; o pessoal todo estava já habituado à fome, para o pessoal indígena contava-se alimentá-lo com a mandioca das importantes lavras do Luso e o europeu teria de recorrer à mesma alimentação, porque acima de tudo era necessário proceder com rapidez. Não contara porem com uma tal modificação na situação nem aqueles que se encontravam em S. António e Noqui a tinham previsto apesar de estarem em bem melhores condições para a estudarem; esta mudança radical da fase dos acontecimentos não podia deixar de actuar no procedimento a adoptar.

Continua

                                                                                                  AHM-LISBOA

 

                                                                                     Pesquisa de  Artur Mendes


 


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