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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


FRAGMENTOS HISTÓRICOS DA DAMBA 13. (Ocupação Militar da Damba e a sua Aministração).

Publicado por Muana Damba activado 31 Julio 2010, 05:35am

Etiquetas: #Fragmentos históricos da Damba

 

VIAGEM AO BEMBE E DAMBA. Setembro a Outubro de 1912


“ In- NO CONGO PORTUGUÊS. VIAGEM DO BEMBE E DAMBA – Considerações relacionadas. Relatório do Governador do distrito, primeiro tenente de marinha, José Cardoso. Cabinda ,1913

Modo como actua e suas imperfeições --- sua correcção.


“Não podia porém, o governador fazer justiça sem a formalidade consagrada pela usança de ouvi-los em fundação, especialmente, dadas as circunstâncias de passividade de atitude que esses povos conservaram até a minha chegada.

Preparava-se, talvez desde longa data, uma sublevação geral dos povos do Zombo, que se estendia, provavelmente, até os povos do sueste de San-Salvador, com o fim de se libertarem da acção da nossa autoridade, e interpretei, então, como devendo ter sido os primeiros prenúncios dessa rebelião, a manifestação hostil que teve lugar em Setembro de 1910, quando os povos de Quimbubuje, armados, foram declarar à residência de San-Salvador que não pagariam o imposto de cubata que lhes havia sido intimado, atrevimento que, com muito pesar meu, ficou sem castigo imediato. Tendo-me transportado a Maquela com a coluna de socorro e respectiva impedimenta, com a rapidez considerável, que me foi proporcionada por ter obtido do Governo belga autorização para utilizar o caminho de ferro de Matadi, conseguiu-se, só com a demonstração de força, frustrar a sublevação, que teria sido de desastrosas consequências se houvesse vingado.

Fácil me foi compreender, pelo exame da situação geral, que a causa oculta da sublevação estava em gente do Zombo reconhecer que mais cómodo lhe seria viver livre, como os povos da Damba, esquecendo-se, o que é natural mesmo na humanidade preta, os benefícios que o posto de Maquela lhe tinha trazido. Catorze anos sem ser importunada pelos soldados do Bula matadi, é realmente um período de tempo suficiente para esquecer agruras passadas.

Havia para mais a instigá-los a revolta à proeza dos dambas, praticada em 1909, quando o major Galhardo foi maltratado na povoação de Nsangui pelo SOBA MPUTU (hoje preso em Loanda), que havia ficado sem castigo até 1911.

Eram também estimulados pelos mesmos dambas, que apodavam os muzombos de fracalhões e os achincalhavam com o alcunha de muleques do Governo e outras corrimaças de igual jaez. Como castigo do acto de rebelião praticado, foram presos e enviados para Loanda, acto contínuo, os sobas dos povos amotinados, e pagar por estes uma multa que cobriu as despesas extraordinárias feitas com deslocamento da coluna, que havia sido forçado por eles: A multa imposta deu entrada nos cofres da Fazenda seis meses depois da data em que foi imposta, como por mim fora determinado.

(…) Compreendi, portanto, desde logo, que só garantiria uma paz e tranquilidade duradouras em Maquela, quando podesse por completo destruir a causa oculta que atribuía a perturbação havida. Para isso era-me necessário instalar na Damba, o mais cedo possível o domínio da nossa autoridade.

Assim era indispensável de proceder-se, dada a importância de Maquela, derivada da sua posição privilegiada em relação à estratégia comercial do distrito, razão pela qual se achavam ali concentradas importâncias consideráveis, representadas pela armazenagem de fazendas e mercadorias de exportação, e aglomerada uma considerável população europeia.

Cumpria-me, pois, proceder de maneira a garantir por forma duradoura e efectiva as vidas e os valores dos habitantes de Maquela, e não podia conseguir por outro modo que não fosse o dominar os dambas, cuja atitude repontante reanimaria os muzombos a manifestarem-se logo que se apresentasse a primeira oportunidade.”

 

                                                                                  Pesquisa do ARTUR MÉNDES.

 

 

 

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