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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Bombas nas aldeias da Damba.

Publicado por Nkemo Sabay activado 26 Abril 2011, 13:29pm

Etiquetas: #Fragmentos históricos da Damba


 

Segundo José Brandão, no livro " Cronologia da Guerra colonial ", no dia 26 de Abril de 1961, a força aérea portuguesa baseada no Negage, multiplicou acções nas áreas limítrofes da vila da Damba. Testemunhas concordantes afirmam que dois aviões largavam, para dissuadir os independentistas armados com catanas, bombas que incendiavam tudo, o que se supõe ser bombas de Napalm. Os habitantes de periferia da vila refugiaram nas matas, outros na Igreja Católica e a maioria marcharam até o Congo Belga, para encontrar refúgio em condições desumanas.

 

Verdade ou não, nos foi enviado um documento da autoria de JOSÉ FREIRE ANTUNES que relata a natureza da luta anti-guerrilha, os meios utilizados pelas autoridades portuguesas para reocupar as mais importantes localidades do Noroeste angolano. Eis o teor:

 

"O esforço português de contraguerrilha, durante o período de 9 a 29 de Agosto de 1961, culminou na reocupação das mais importantes localidades do Norte [de Angola] e na reconstrução de pontes e outros meios de comunicação. Foram usados nessa campanha 22 000 soldados brancos e 8000 negros. O Governo gastava então 1 700 000 dólares por semana para combater os rebeldes. As acções combinadas do Exército e da Força Aérea, com recurso a bombas de napalm, concentraram-se no triângulo São Salvador do Congo- Maquela do Zombo- Damba, principal reduto da UPA. A recaptura de Nambuangongo, em 9 de Agosto, marcou uma viragem. A 250 quilómetros a norte de Luanda, sede do "governo provisório" da UPA, capital da "República Socialista de Angola", Nambuangongo era o maior foco de resistência da guerrilha e foi palco das piores atrocidades. O ministro do Exécito, brigadeiro Mário Silva, ao regressar da sua viagem de inspecção, em 11 de Agosto, garantiu que, após a reconquista de Nambuangongo, Angola ia voltar à normalidade económica e social. O momento foi de euforia psicológica em Lisboa. Nambuangongo ficou como símbolo do volte-face português. Mas começou também aquilo que Holden Roberto caracterizou como a segunda fase da guerra, ou seja, a "guerra de desgaste".

(ANTUNES, José Freire- A guerra de África. 1961-1974. Vol. I. Lisboa: Círculo de Leitores, 1995, p. 

 

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