Por Patrício Cipriano Mampuya Batsikama
Mbânz'a Kôngo. Repetidamente, muitos me perguntam sobre "TADI dya BIKUKWA", se realmente constitui o antigo palácio. Quando apresentei o meu livro "As Origens do Reino do Kôngo" em 2011, nesta cidade (ao convite do Governo provincial do Zaire), já tinha respondido a esta pergunta. O local é, de acordo com as tradições que eu recolhi, o PRIMEIRO ESPAÇO ONDE TERÁ FUNCIONADO O LÛMBU. A expressão Tadi dya Bikukwa é a versão recente de MAKUKWA MA LÛMBU. Mas o historiador desconfia sempre. Por exemplo, na expressão "Tadi dya Bikukwa" há um pleonasmo que os ancestrais não fariam. O termo "Tadi" já está dentro de Bi-Kukwa". Será uma "forja recente", ou este pleonasmo teria algum sentido por descobrir?
As ruínas de Kulumbimbi em 1886
Contudo, ninguém não pode nos dizer exactamente se MAKUKWA MA LÛMBU se encontrava naquele local, embora sabemos que estáva perto de NGUNDU (onde está Kulumbîmbi). É animador ver que a própria população, desde Weeks (1897) reconheceu que era o "Tadi". Mas importa salientar que na época de Dom Afonso Iº, construi-se escolas, igrejas, casas, etc. E ninguém sabe se, por acaso, ter-se-á construido alguma coisas acima do MAKUKWA MA LÛMBU. Daí, eu sou de opinião que vamos deixar os arqueólogos fazer primeiro o trabalho deles. Os mapas antigos destas igrejas ainda estão, em fragmentos, encontráveis que no Torre de Tombo quer nos arquivos de Vaticano (veja a bibliografia no meu último livro: LUMBU). E poderão nos ajudar...
Devo parabenizar a equipa que está a trabalhar, apesar das dificuldades. E vamos esperar as datações, também. Espero que no futuro seja instituído no local um Museu para trabalhos científicos (Laboratório para datação, por exemplo). Também, espero que seja lançado um Centro de Pesquisa sério no local (ligado a universidade). E, isso justificaria a candidatura de Mbânza Kongo como Património da Humanidade".
Os Angolanos devem colaborar no que for possível. O governador e a ministra têm feito, dentro dos seus espaços administrativos e executivos, o mínimo possível. a nós, Angolanos, fazer o grosso. Contribuir patrioticamente neste processo... no desenterrar da nossa História. Por isto, dentro das minhas escassas possibilidades, e sem apoio necessário, eu publiquei LÛMBU: DEMOCRACIA NO ANTIGO KÔNGO.