REVOLTA DE MBUTA 3
ÁREA DA DAMBA
Continuação
Na manhã de 14 pelas 6 horas, dois carregadores que na véspera haviam chegado ao posto conduzindo um sargento, tinham saído do posto e afastaram-se a uma pequeníssima distância dele; foram
espingardeados e gravemente feridos pelo gentio oculto no capim, fugindo para o posto ao mesmo tempo na direcção do posto corria um europeu, empregado da única casa comercial que ainda se
conservava aberta na Damba, apresentando um ferimento na cara. Em seguida a isto foi o posto atacado pelas suas quatro faces, durante o ataque das 6 às 14, conseguindo o capitão-mor fazer
expedir, à noite e na madrugada seguinte, portadores, com avisos do que se estava passando, para Maquela.
No dia 15 voltou o posto da Damba a ser atacado, agora só por três faces, durando o ataque das 7 às 15; em 16 repetiu-se o ataque que, nesse dia durou das 6 às 14; em 17 sucedeu o mesmo desde o
alvorecer até ás 15,20 limitando-se em 18 ás faces esquerda e da retaguarda desde a manhã até ás 12,50 e às 17 chegava, de Maquela, o major Vítor Lacerda , com o capitão Gonçalves de Freitas, 1
sargento, 1 enfermeiro, 42 praças indígenas e 160 auxiliares e dois comerciantes, sócios de casas estabelecidas na Damba que o gentio saqueara e incendiara durante o ataque ao posto.
A força vinda de maquela dirigiu-se imediatamente ao povo do Sangue, que do posto distava de 1500 metros, regressando dali depois ter incendiado o povo que foi encontrado completamente
abandonado.
Pouco depois apresentavam-se quatro sobas mais importantes da região, os do Sangue, Quilanda, Mabubo e Quimuanza, que confessaram ter-se revoltado de combinação co Mbuta, sendo o soba de sangue
quem aliciou os outros e preparaou a insurreição.
Seguidamente o major Lacerda começou percorrendo a região, verificando-se o seu relatório o seguinte:
“No dia 19 foram atacados os povos de Tari, Matuta, Uembo, Quinsonho(?) e Quibenga, de madrugada, e, de tarde, os povos de Quimgonga e Monasanda, sendo, no ataque a este último, ferido gravemente
um soldado; no dia 20 foram atacados os povos de Vambo, Quiteca, Quindumbo, Quinbenga, Quiquiangula e Tari da Damba; no dia 5 de Abril foi atacado o povo de Quindundo; nos dias 8,9 e 10, os povos
da região do Vulo, de nomes Cuco, Banza Palabala, Lulaca, Quincuma, Cazu,Qumbe, onde ouve
uma baixa por ferimento, Vunda, Quinjundo e Banza Sécula. Todos estes povos foram destruídos e foram feitos 3 prisioneiros. A revolta ficou assim prontamente dominada pela intervenção imediata de
uma pequena força de 40 e tantas praças e 150 auxiliares de Quilamacohe (?)…
Continua
In- Arquivo Histórico Militar de Lisboa.
Nota: Estes dados foram transcritos directamente de documentos originais, (alguns manuscritos) pelo que não garantimos a escrita correta de algumas das localidades mencionados. Pelo facto pedimos
desculpa e agradecemos eventuais correcções.
Texto enviado por Artur Méndes