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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Fórum de negócios na festa da cidade

Publicado por Muana Damba activado 4 Julio 2012, 15:39pm

Etiquetas: #Notícias do Uíge

 

 

 

 Por José Bule 

A cidade do Uíge comemora 95º aniversário com fortes sinais de crescimento em vários sectores socioeconómicos

Fotografia: António Capitão

 


As ruas da cidade do Uíge têm nova sinalização e estão animadas. O trânsito é fluente nas principais artérias. O número de habitantes e de veículos automóveis aumentou consideravelmente. Já se observam, por exemplo, engarrafamentos na famosíssima Rua do Comércio.


Todos querem festejar os 95 anos de existência da cidade. Mas se há um grande grupo de pessoas que durante as festas trabalha ainda mais, como são os casos das forças policiais e os jornalistas, existe um outro grupo de pessoas que aproveita o momento de folia para montar pequenos negócios e demonstrar os seus talentos artísticos.


A Praça da Independência, que este ano apresenta um cenário completamente diferente do habitual, continua a ser o principal ponto de concentração de pessoas, montagem de tendas para exposição ou comercialização de produtos. Durante as festas, que começam hoje, o local vai ser transformado num verdadeiro centro cultural e de negócios.


Na Praça da Independência não vão faltar comes e bebes. Encontramos de tudo um pouco. Jissombe frito, catatos, nfúmbua, funge de bombô e de milho, carne de vaca, cambuije, javali, gazela e jibóia, macasquila, grilo frito, feijão de óleo de palma, o bom maruvo da terra e uma grande diversidade de cervejas, vinhos, gasosas e sumos.


Milhares de pessoas vão chegar ao Uíge durante os sete dias de festa do 95º aniversário. No Uíge, todos os espaços livres da cidade estão a ser aproveitados pelas mulheres de negócios. Nas barracas de luando colocam arcas frigoríficas ou caixas térmicas apetrechadas com uma grande diversidade de bebidas alcoólicas e refrigerantes. Também assam carnes, frangos e peixes que servem de petiscos para os seus potenciais clientes.


A Praça da Independência ficou também transformada num verdadeiro “matadouro”. O gado bovino e caprino é abatido, talhado e comercializado ali mesmo.


As crianças não foram esquecidas. Elas têm carrosséis e parques infantis instalados em diferentes locais da cidade, para que, à sua maneira, também possam festejar com os adultos mais um aniversário da cidade.

Os hotéis estão superlotados. Centenas de pessoas, entre naturais e amigos do Uíge que vivem noutros pontos do país, juntaram-se aos residentes para participarem na maior festa da província. A festa da cidade começou às zero horas de hoje com o lançamento do fogo de artifício. Todos olhavam para o céu. Foi um momento único e mágico. Um verdadeiro festival de imagens magníficas e encantadoras.



Novidades no programa



O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, anunciou que este ano é realizado pela primeira vez na história da província do Uíge, um Fórum de Negócios e de Oportunidades de Investimentos que vai contar com a participação de mais de 300 empresas, empreendedores e homens de negócios provenientes da Alemanha, África do Sul, Moçambique, Portugal, Sérvia e Espanha.


 O objectivo é promover encontros entre os empresários do Uíge e os de outros pontos do país e do estrangeiro, no sentido de trocarem impressões e experiências.


O governador do Uíge informou que a Feira Agro-Pecuária e Industrial regressa com um novo formato, abandonando as barracas de chapa e luandos. Conta com a participação de empresas produtoras de todo o país e está a ser organizada pela Feira Internacional de Luanda (FIL), instituição com uma longa experiência na organização de actividades do género. Paulo Pombolo disse que esta é uma das maiores feiras já realizadas na província.


O Karting é outra novidade este ano. Durante as festas vão ser realizadas várias actividades desportivas, entre as quais partidas de basquetebol, andebol, futebol e uma corrida de moto cross. A realização de um espectáculo gimnodesportivo e um quadrangular de futebol entre as equipas locais e a provável participação do Clube Desportivo Kabuscorp do Palanca merecem destaque no programa de actividades das festas da cidade do Uíge.


 Na abertura e encerramento das festas vão ser organizados dois espectáculos que vão contar com a participação dos maiores artistas nacionais.


 Foram também criados outros espaços para a realização de debates sobre “O Processo do Desenvolvimento da Província”, “A Promoção da Língua Kicongo como Factor de Resgate dos Valores Culturais no Seio da Juventude”, e “A Influência dos Media na Promoção e Divulgação das Manifestações Culturais como a Dança, a Música, o Teatro e o Artesanato”.



Civismo e moderação



Paulo Pombolo disse que as festas da cidade visam promover a paz e a unidade, por isso devem decorrer num ambiente de harmonia, concórdia e tranquilidade. Por isso, “temos que evitar que os oportunistas ou elementos de ma fé se aproveitem deste período de folia, de grande manifestação cultural e espiritual da população, para promover o vandalismo, a insegurança, a violência e o desacato”. O governador do Uíge disse ainda que “o momento é de grande responsabilidade para todos os filhos e filhas do Uíge. Precisamos de prestar atenção à nossa postura. Alegria sim mas vandalismo não, indisciplina tão pouco. Sejamos vigilantes, desencorajemos todos os actos que atentem contra a moral e participemos nas actividades programadas de forma ordeira, comportando-nos como cidadãos exemplares e educados”.


A província do Uíge foi nos anos 60 e 70 do século passado um dos maiores impulsionadores da economia da então província de Angola.


Grande produtora de café, ajudou a construir Luanda e outras cidades de Angola. A zona entre a Avenida Lenine e a Sagrada Família, em Luanda, antigamente era o Bairro do Café, porque era ali onde os grandes fazendeiros do Uíge construíam as suas casas numa altura em que a cidade se expandia para a e o musseque Braga era arrasado.


 Hoje, 95 anos depois da sua fundação, o Uíge quer recuperar o tempo perdido e estar presente na vanguarda do desenvolvimento.


Foi em 1975 que a cidade reconquistou o nome original de Uíge, porque em 1956, quando o presidente português marechal Carmona visitou Angola, as autoridades coloniais mudaram o nome de Uíge para Carmona.



Passado do Uíge



Uige foi um posto militar criado pela portaria nº 60, de 6 de Abril de 1917. Passou a fazer parte da circunscrição do Bembe através da portaria nº 111/A, de 9 de Junho do mesmo ano.


Em 1918 já tinha expressão na produção de café. Exportou 800 toneladas pelo porto do Nzeto (Ambrizete). Em 1924, surge a primeira frota de camionagem e o café passa a ser transportado para os portos naturais do Congo Português (Ambriz e Ambrizete) por estrada. Antes era levado às costas dos carregadores.


Em 1917, os portugueses fizeram as primeiras operações de reconhecimento na área onde foi construída a cidade do Uíge. Em 1920, foi criada a Capitania e o capitão-mor era o tenente Júlio Tomaz Berberan. O comando militar pertencia ao alferes Eduardo Augusto Van-Grichen. O forte estava sob a dependência da Capitania do Bembe, comandada pelo capitão Manuel José Pereira.


A criação do forte militar deu origem à cidade do Uíge. Segundo um documento do antigo distrito do Congo Português, a ocupação desenrolou-se de forma pacífica, sem armas nem hostilidades.
Mas foi só no Uíge, porque a zona tinha apenas uma pequena comunidade de camponeses. Sossos, Pombos e Kivuengas travaram violentos combates contra os portugueses no Alto Mucaba, Puri, Bungo, Songo, Sanza Pombo e Vale do Loge. A resistência foi de 1911 a 1921, data em que é criada a administração civil no Uíge.



Abertura de estradas



Os militares começaram a rasgar estradas na região. A primeira, foi a ligação do Uíge ao Negage. Depois, do Uíge ao Songo. Na mesma época é rasgada a estrada entre o Bembe e o Lucunga e a ligação do Bembe ao Lucoge. Em 1921, a Capitania do Bembe é extinta e passa a administração civil. É criado o posto administrativo do Uíge. O primeiro chefe de posto foi Abel do Amaral.


Em 1930, a capital do distrito muda de Maquela do Zombo para o Uíge, nesta época o maior centro de produção de café do norte.


Maquela do Zombo era a capital do distrito do Congo Português, que abrangia os territórios que hoje pertencem às províncias do Uíge, Zaire e Cabinda. Entrou em decadência com a abertura do Caminho-de-Ferro de Matadi. E ao mesmo tempo, os belgas criam no Congo Belga uma rede de postos fiscais e aduaneiros. O comércio transfronteiriço, que alimentava a capital do Congo Português, sofreu um rude golpe. A vila do Uíge enriquecia à custa do café. Maquela perdeu a categoria de capital do Congo Português.


Passou a designar-se concelho do Uíge pela portaria nº 9597, de 25 de Julho de 1956. E adoptou o nome de Vila Marechal Carmona, em homenagem ao presidente da República Portuguesa que nesse ano visitou Angola e inaugurou no Uíge a sede do Banco de Angola.

 

 

                                                                                                               J. A

 

 


 

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