Com a sua viola e fazendo recurso da língua angolana kikongo e bávara do Mali, Wyza entoou, nesta segunda-feira, a sua voz para encantar os presentes na 56ª edição da
Feira Internacional do Livro de Belgrado(Sérvia), iniciada no dia 23 deste mês e com término previsto no domingo (dia 30).
No evento, onde a convidada de honra é a língua portuguesa, Wyza sacou do seu vasto reportório os temas “ Mawe”(em kikongo é o nome de uma moça),”Vícios”, “Pipa” (kikongo – em português significa
“a noite”) e “Mbife”(em língua bávara significa “Te quero”) para amenizar cada vez mais o evento.
Os aplausos não faltaram entre as pessoas que estavam sentadas e aquelas, que mesmo andando de stand a stand, foram tocadas pela música deste artista angolano, cuja actividade artística já não é
tão estranha na Europa, tendo já actuado em países como Portugal, França, Espanha, Bélgica e Japão.
Wyza, que usa geralmente o estilo musical kilapanga, em declarações à Angop, adiantou que a música não tem fronteiras, pelo que está habituado a cantar em lugares como a Europa, onde a sua
sonoridade é bem aceite.
“A minha música fala do amor ao próximo, de tudo de bem que o homem tem de fazer ao outro", asseverou.
Wyza, de 36 anos, nasceu na província do Uíge e veio com sua mãe a Luanda (capital de Angola), em 1984, devido à guerra, mas apesar de perder grande parte dos bens materiais que possuía, trouxe
consigo as recordações da sua terra natal.
Começou a carreira musical em 1990, em Luanda, onde participou em vários festivais infantis.
Em 1997 é convidado a integrar a banda musical “Vozes Negras” onde participa na gravação do primeiro disco do grupo editado pela “Grafity”.
Quatro anos depois é convidado pelo músico e produtor João Alexandre para gravar o “Kytsona”, primeiro disco da carreira do artista.
Em 2004, pelas mãos do produtor brasileiro Reinaldo Maia, nasce o seu segundo trabalho intitulado “África Yaya”, editado pela “Maianga Produções”. O terceiro disco surge em 2008 sob a chancela da
Maianga Produções e intitula-se “Bacongo”.
Angop