Uíge colhe 5000 toneladas de café mabuba das 6000 previstas
Por Estevão Martins
A produção actual é semelhante à registada na campanha agrícola 2011/2012, pelo que se estima um aumento da exportação depois do balanço da campanha de colheita.
A província do Uíge colheu até ao momento 5.000 toneladas de café mabuba (da espécie robusta Ambriz) das 6.000 previstas, na campanha agrícola 2012/2013, cuja colheita decorreu entre os meses de
Maio e Agosto.
Segundo o chefe de departamento provincial do Instituto Nacional do Café (INCA) na província, Vasco Gonçalves, que falou em exclusivo ao Expansão, os dados provisórios correspondem aos municípios
do Uíge, Mucaba, Songo, Quitexe e Negage, faltando contabilizar os números das localidades dos Buengas, Maquela do Zombo, Ambuíla, Cangola e do Bungo, entre outros.
A produção actual avançada pelo responsável do INCA na província é semelhantes a registada em 2012, pelo que se estima um aumento da produção devido ao facto de algumas informações de
determinadas localidades estarem apenas actualmente a serem recolhidas.
“Dentro de duas semanas teremos em nossa posse os dados definitivos. O atraso das contas deveu-se ao facto de nalgumas localidades, no caso dos municípios do Songo, Sanza Pombo e Mucaba, que já
produziu cerca de 2000 toneladas de café mabuba nesta campanha, o início da colheita ter começado tardiamente”, disse notando que o outro condicionalismo prende-se com o facto de o café produzido
no município do Songo tardar a amadurecer.
Produção de mudas
Apesar de haver um progressivo aumento na produção de café, Vasco Gonçalves frisou que uma das causas da baixa produção tem que ver a velhice da maioria dos cafeeiros.
Daí, acrescentou, que o INCA tem levado à cabo um programa de produção de mudas (plantas) de café para serem distribuídas gratuitamente aos produtores para a renovação dos cafeeiros.
A título de exemplo, o responsável máximo do INCA na província do Uíge pontualizou que na campanha agrícola finda, a instituição distribuiu 200 mil mudas de café aos produtores locais.
Vasco Gonçalves adiantou igualmente que este número não corresponde às expectativas traçadas pelo INCA que estipulou produzir anualmente três milhões de mudas de café a fim de alavancar a
produção do chamado bago vermelho na região que já foi o celeiro da produção nacional na era colonial.
“Para o alcance deste objectivo precisamos de mais meios financeiros e humanos, porque numa
determinada brigada técnica do café, onde deve haver no mínimo 12 homens, por vezes apenas tra-
balhamos com uma pessoa”, afirmou considerando que para além de mudas de café o INCA produ-
ziu igualmente 100 mil mudas de outras plantas como abacateiros e mangueiras, que são usadas nos
cafeeiros.
Outro grande projecto que está a ser desenvolvido na província, segundo o nosso entrevistado, tem que ver com as escolas de campo, um programa que visa quatros descasques, que se encontram
transmitir aos produtores as novas tecnologias de cultivo, com vista à melhoria das culturas e elevar os níveis de produção de café na região.
“O programa está a ser executado em cada um dos municípios da província, onde os nossos técnicos semanalmente se reúnem com grupos de líderes comunitários das zonas cafeícolas. No encontro
são-lhes transmitidos os fundamentos básicos relacionados com as técnicas de produção”, explicou.
Vasco Gonçalves anunciou ainda que está em curso o Programa da Comercialização do Café, que passa pela instalação de novos descasques em todas as regiões produtoras.
“O café produzido numa determinada localidade tem de ser descascado localmente, porque uma tonelada de café mabuba equivale a meia tonelada de café comercial depois de descascado, sendo o
restante lixo. Neste sentido não adianta carregar resíduos sólidos para outros municípios”.
De acordo com a fonte, actualmente a província conta com quatros descasques, que se encontram nos municípios do Uíge,quatros descasques, que se encontram nos municípios do Uíge, Negage, Mucaba e
Sanza Pombo, sendo que os demais estão avariados.
Apesar de alguns constrangimentos no processo de aquisição das máquinas, o responsável lo-
cal do INCA acredita que até ao início da próxima campanha de colheita, que terá início em Maio
de 2014, a província terá ao seu dispor novas máquinas de descasques.
No que concerne às perspectivas para a campanha agrícola 2013/2014, cujos preparativos tiveram início em Setembro último, Vasco Gonçalves assinalou que as mesmas passam pelo aumento da produção
de mudas e do próprio café, melhoria da assistência aos produtores, concluir a instalação de novos des-
casques, para além de estabilizar o preço do produto.
Em relação ao preço, Vasco Gonçalves acentuou que os produtores pretendem que o preço do quilograma de café mabuba passe dos 50 para 70 kwanzas, facto que os comerciantes não concordam.
“Para se chegar a um acordo encetamos uma negociação com as partes e hoje já se pode com-
prar o quilograma de café mabuba a 55 e 60 kwanzas, tendo o INCA determinado que o preço mínimo para a comercialização do quilograma do café mabuba seja de 50 kwanzas no mínimo.
O INCA, na província do Uíge, controla mais de 8.000 produtores de café, que praticam a exploração agrícola familiar em pequenas fazendas nos mais de 10 municípios produtores de café na
província.
Expansão