Tony Sofrimento revela: “Afrobasket 2013 será definitivamente em Abidjan”
Por Álvaro Victória
Voz autorizada para falar sobre o basquetebol africano. Toni Sofrimento, angolano que lidera a comissão para as competições jovens da Confederação Africana de Basquetebol (CAB), descarta qualquer hipótese de fracasso do Afrobasket’2013, na Côte d’Ivoire. Em entrevista ao NJ, alerta para a forte concorrência que a selecção encontrará em Abidjan, bem como revela as mudanças à vista no basquetebol nacional.
Perfil
TONI SOFRIMENTO foi, durante vários anos, secretário-geral da Federação Angolana de Basquetebol (FAB). Actualmente, preside à Comissão Técnica da FAB. Presta ainda serviços ao nível da
Confederação Africana de Basquetebol, onde é responsável para a área das competições jovens.
Foram os próprios dirigentes da confederação de Basquetebol a admitirem graves atrasos na preparação das condições para o Afrobasket’2013, o que resultou em várias especulações sobre uma eventual desistência da côte d’ivoire. Abidjan está ou não em risco de acolher a prova em Agosto?
Abidjan tem as condições mínimas para acolher o Afrobasket em Agosto próximo. Os problemas de atraso que têm sido levantados estão ligados apenas à finalização da tribuna de honra. O que não coloca em risco a realização do campeonato na Côte d’Ivoire.
Diz-se que um dos pavilhões não poderá estar pronto até à altura do início do campeonato.
Sim, há atrasos significativos no pavilhão anexo, onde se prevêem realizar outros jogos do Afrobasket. Mas quero esclarecer que o pavilhão que está em atraso vai acolher apenas os jogos para as classificativas, entre as equipas que ficarem na primeira fase. Por esta razão, teoricamente, não importará a Angola esta preocupação, por enquanto, seguramente, estará apurada para outra fase.
Qual é o plano B da CAB, numa eventual desistência da côte d’ivoire?
Nesta altura, ao nível da Confederação Africana já não falamos em plano alternativo. Desde 15 de Julho último que a CAB decidiu definitivamente confirmar o Afrobasket’2013 na Côte d’Ivoire. As unidades hoteleiras e outras infra-estruturas de apoio ao campeonato estão em perfeitas condições. O pior que pode acontecer é esticar-se a prova para final do ano, mas nunca tirá-lo a Abidjan. Até porque, nesta altura, nenhum país estaria em condições de acolher a prova já em Agosto próximo.
Como está a encarar a preparação da selecção nacional masculina?
A preparação tem corrido muito bem. Falava-se na ausência de jogos de preparação com selecções fortes. Felizmente, já começamos a defrontar grandes equipas, como a Venezuela. Julgo que temos um grupo forte, capaz de resgatar o título perdido na edição passada, contra a Tunísia.
Mas os concorrentes não estão a “dormir”…
Pois é. Muitas selecções africanas estão a adoptar o método de preparação que Angola tem obedecido há vários anos. Selecções como a Tunísia e a Nigéria já têm elaborado programas de preparação com alguma antecedência, e participado em importantes torneios internacionais. Muitos dos jogadores destas selecções tiveram boa prestação nos principais campeonatos do mundo de basquetebol, como o espanhol. Não teremos a vida facilitada. Devemos continuar a preparar-nos muito bem.
O que dizer da selecção feminina de Angola, que se prepara para defender o título africano no
Afrobasket que maputo vai acolher em setembro próximo?
Julgo que, à semelhança dos masculinos, a selecção feminina tem feito uma boa preparação. Esteve em Benguela e agora trabalha em Luanda para os desafios da defesa do título em Moçambique.
Nos próximos dias, rumará para Espanha, para a fase derradeira de preparação. Com jogos de preparações
sérios, aliás, como está previsto, penso que Aníbal Moreira poderá formar uma selecção forte, que possa voltar a trazer o título africano para Angola.
Calendarização renovada
Enquanto director da Comissão Técnica da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), participou na calendarização da próxima época. Quais são as novidades?
Na próxima época, queremos ser mais rigorosos em relação à classificação e à elegibilidade dos atletas. A partir deste ano, vamos estrear uma prova de apuramento para o Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol. Esta competição vai estar aberta a vários clubes interessados. Queremos, com isso, aumentar o número de equipas e de atletas que concorrem para o campeonato nacional, o que poderá dar um impulso significativo à competitividade no nosso basquetebol.
O que o programa reserva para o basquetebol feminino?
Vamos fazer uma alteração estrutural e significativa no basquetebol feminino. Até ao final
da próxima época,
faremos duas competições. Em Dezembro, vai finalizar a presente época e logo a seguir, as senhoras terão
que partir para a época 2013/2014. A ideia é passar o feminino para o mesmo calendário do masculino, porquanto ambas as categorias cobram a participação nas competições internacionais no mesmo
período.
E quanto ao basquetebol de formação.
Os campeonatos de sub-14, 16 e sub-18 vão continuar a ser realizados durante o período maior de pausa académica, que compreende os meses de Dezembro e de Janeiro. No entanto, a nossa maior preocupação será no aumento do rigor no apuramento das idades.
Porquê esta preocupação?
Este é um dos assuntos mais discutidos. Seria absurdo se não transmitisse esta preocupação
ao meu país, para
que não sejamos apanhados de surpresa. Quando me referia ao rigor na elegibilidade de atletas, falava, exactamente, também do controlo das idades, que, antes de ser uma preocupação internacional,
deve ser um alerta nacional.
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