Tocoístas projectam Universidade em Maquela do Zombo .

O país contará com mais uma nova Universidade, aumentando o leque de instituições de ensino superior. Esta vai ser erguida proximamente na província setentrional do Uíge.

A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (INSJC), vulgo Tocoista, projecta a construção de uma Universidade no município de Maquela do Zombo, província do Uíge, nos próximos três anos, anunciou em Luanda o bispo desta congregação religiosa, dom Afonso Nunes.

Enquadrada no projecto social da Igreja, o prelado disse que a edificação da futura Universidade irá contribuir para o aumento da educação e do ensino no país, depois da guerra fratricida que dilacerou o país durante 27 anos.

A instituição pensa ministrar os cursos de medicina,direito e administração pública, economia e agronomia.

Para a concretização deste projecto, foi nomeada e empossada pelo bispo nesta quarta-feira,20, uma comissão instaladora encarregue de fazer os estudos pertinentes. Chefia-a Francisco Domingos, tendo como auxiliares José Carvalho da Rocha, Francisco Binje e Garcia Luyeye, todos crentes desta denominação religiosa.

A equipa deverá deslocar-se a Ntaya, aldeia de Maquela do Zombo onde se quer erguer a referida Universidade. A missão será a de identificar o terreno para a empreitada.

Ntaya é a aldeia onde nasceu o fundador da congregação, Simão Gonçalves Toco, falecido em 1984 aos 62 anos.

A escolha dos membros da comissão instaladora assenta no facto de os integrantes estarem ligados à docência há muitos anos, embora alguns desempenhem actualmente outras funções no Governo, mormente, José da Rocha, ministro da Ciência e Tecnologia da Informação, e Francisco Domingos, vice-governador de Luanda para área económica.

Em declarações à imprensa, o bispo Afonso Nunes revelou que a futura instituição estará aberta a todos que pretenderem ingressar nela, sem quaisquer condicionalismos, porque estará exclusivamente ligada à educação e à promoção humana.

Dom Afonso Nunes explicou que a Universidade contará com os préstimos de docentes tocoístas e não só, bem como de outros que virão do estrangeiro, com os quais irá celebrar um contrato de trabalho. “Contaremos com docentes estrangeiros de países amigos, logo que as condições estiverem reunidas”, revelou.

O bispo não avançou o montante que será aplicado neste projecto, justificando que se está a trabalhar na concepção de ideias e, mais tarde, o projecto será apresentado publicamente logo que os técnicos terminarem a maquete.

Dom Afonso Nunes garantiu que a projecção desta Universidade contará também com a contribuição dos fiéis que sempre se demonstraram disponíveis.

Durante a cerimónia, o líder espiritual da Igreja Tocoísta conferiu posse a outros novos responsáveis nomeados em Julho deste ano. Ladeado pelos bispos auxiliares, Luzaísso António e Paulo Bento, dom Afonso Nunes pediu empenho e dedicação aos novos empossados nesta sua nova missão.

Entre os investidos, estiveram pastores de algumas províncias e responsáveis que responderão para as divisões África, Antárctida, Ásia, Médio Oriente e Caraíbas, da Igreja Tocoísta. Aos pastores, o bispo apelou para levarem com honestidade a palavra de Deus a todo o rebanho de Cristo.

“ A Igreja e o seu dirigente precisam de ter uma Igreja no sentido real da palavra, conforme Cristo o desejou, una, harmoniosa, santa, imaculada e forte” disse, reforçando que “queremos responsáveis convertidos e que de forma desinteressada e abnegada querem servir a Deus Criador do Céu e da Terra”.

Dom Afonso Nunes espera dos membros empossados uma nova postura na reconquista das ovelhas perdidas, baseando-se na leitura bíblica do livro de São Lucas, capítulo 10, versículos 8 e 9. A actividade terminou com cântico “Avante, Avante ó Crentes Soldados de Jesus” e seguida de uma oração proferida pelo bispo.

Rádiodifusão

Por outro lado, o bispo Afonso Nunes mostrou-se preocupado com o silêncio do Ministério da Comunicação Social (MCS) por, até agora, não ceder a licença para a criação de uma emissora de rádio requerida pela sua Igreja há dois anos.

Revelou que o material para a instalação da rádio já foi comprado há muito tempo e que logo que houver a autorização oficial, ela será montada e começará as suas emissões. Mas, por enquanto, a situação continua na mesma porque “falta luz verde de quem de direito. Vamos continuar a insistir até que se consuma a nossa pretensão, porque esta é uma rádio que estará virada mais para a vertente social, pregando Evangelho e não só”.

O bispo argumentou que no actual momento que o país atravessa é indispensável que haja mais uma rádio cristã que possa transmitir uma mensagem de fé, reconciliação e de amor para unir os corações dilacerados durante o conflito armado. Com esta rádio, estaríamos a contribuir com as nossas mensagens no processo de Reconciliação Nacional em curso no país.

Assegurou que a Igreja já dispõe de recursos humanos e materiais para o funcionamento da estação sem sobressaltos. “ Temos tudo preparado e não falta nada, a não ser somente a autorização para a montagem e emissão”, explicou Dom Afonso Nunes no final da actividade que marcou o empossamento de novos responsáveis da Igreja.

Presentemente existem no país sete estações de rádio privadas, a saber: Ecclésia, Luanda Antena Comercial(LAC), Despertar, Rádio Morena, Rádio 2000, Rádio Comercial de Cabinda e Rádio Mais. Esta última conta com filiais em Benguela e no Huambo e faz parte do Grupo Media Nova.

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