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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Revolta de Mbuta em São Salvador (20)

Publicado por Muana Damba activado 19 Octubre 2012, 12:05pm

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 

MBUTA 20

 

…” Como relatório de execução d’estas instruções só recebi em 27 de maio, estando então bivacado em Sande, um telegrama datado de 23 onde era comunicado o reabastecimento do posto de Quelle e o pedido de subalternos para serviço na capitania. Depois d’esta data deixei de ter comunicações com o litoral, isolados como estivemos em S. Salvador até que se pôde garantir a comunicação por Songololo.

 

Em 3 de maio dirigi ao quartel-general da província uma nova requisição de géneros que se destinavam à DAMBA, onde, conforme o projecto que então pretendia executar, a coluna deveria ser reabastecida e depois marchar por S. Salvador, Quimbubuge, Bembe, Quivuenga, n’esta conformidade foi ordenado ao comando militar da DAMBA que angariasse 350 carregadores que deveriam efectuar os transportes entre Tumba e DAMBA, e que tentasse com as forças que pudesse dispor, e no limite d’elas, actuar na direcção do Bembe. Sendo este o projecto a executar e tendo o Exº. Governador informado de que ao Ambrizete chegara um oficial com destino ao Bembe, foi dada ordem para que o mesmo oficial seguisse para Noqui, d’onde partiria com a coluna para o seu destino.

  jocan

 

 

Em 4 de maio remuniciou-se a coluna à custa de munições que existiam da administração da circunscrição civil de Noqui, preparando-se assim que chegassem os víveres pedidos a Luanda que deveriam estar a chegar momento; previa-se então que a coluna partiria em 7, mas a canhoeira em Noqui no dia 6, o que por si só forçaria adiar a partida, mas, além carregadores, de forma que a impossibilidade de marchar subsistia ainda.

 

Em vista d’isto foi resolvido pelo Exº. Governador que a coluna, dada a impossibilidade de obter, para a marcha Noqui-S. Salvador, o número de carregadores precisos para o efectivo total, se fraccionaria em três partes, das quais uma, com 60 praças indígenas e graduados europeus, sob o comando do capitão Martinho Monteiro, escoltando um comboio com 60 carregadores, se dirigiria imediatamente sobre S. Salvador, cuja situação sob este ponto de vista era desesperada, outra sob o comando do signatário, com 129 praças indígenas, graduados europeus e oficiais, marcharia de Noqui para S. salvador, depois de bater as regiões do Quincanda e Goma, que constituíam os principais centros da revolta da área de Noqui, finalmente a 3ª., sobe o comando directo do Exº. Governador marcharia por Maquela sobe S. Salvador. Reunidas em S. Salvador as três frações em que o efectivo disponível era obrigado a dividir-se para poder viver, executar-se-ia, a partir d’ali, o projecto a que acima se faz referência. Esta ultima parte, teve, ainda, de ser modificada pela falta de víveres e pela necessidade de garantir as comunicações de S. Salvador com o litoral começando-se por manter a comunicação com Songololo, com a linha natural que é do abastecimento de S. Salvador, mais curta e rápida e ainda menos difícil de assegurar que a de Noqui.

 

Em 9 de maio era este o plano comunicado ao quartel-general em nota confidencial nº 10 em que dava conhecimento exacto das dificuldades e da delicadeza da situação e se mostrava quanto a demora da coluna em Minguengue agravava a situação do Bembe, que, no dizer do respectivo capitão-mor corria o risco de cair em poder do inimigo de um para outro dia. A demora dos carregadores comprometia irremediavelmente a acção da coluna e mais uma vez se insistia baldadamente pela sua remessa imediata. Demais, o posto de Quelle continuava e na arrecadação para partir logo de um para outo Save só fundeou d’isso, não trazia ainda à espera de ser reabastecido porque o capitão-mor do Zaire não conseguia ali levantar carregadores.

 

Em 11 de maio, porém, o chefe do Ambrizete comunicava telegraficamente ter prontos 100 carregadores, conforme lhe fora solicitado e logo foram adotadas as providências para que esses carregadores fossem imediatamente embarcados, devendo ficar 40 em santo António a fim de serem empregues no reabastecimentos imediato do Quelle, ao mesmo tempo foram fornecidos 15 soldados, sob o comando de um cabo europeu ao Ambrizete, afim de escoltarem um comboio de víveres e munições para socorrer o Bembe, devendo esse comboio ser comandado pelo tenente José Maria Fernandes, o oficial que se encontrava no Ambrizete com destino ao Bembe e que ainda não tinha podido seguir para Noqui por falta de transporte, procedendo-se assim porque tinham sido recebidas notícias que davam como suficiente uma escolta daquele efectivo para garantir o percurso do comboio…

 

Continua

 

                                                                                                             AHM-L

 

                                                                                           Pesquisa de Artur Mendes

 

 

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