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06 Sep

Revolta de Mbuta em São Salvador (8)

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #História do Reino do Kongo

 

 



…” Em 14 marchou a coluna para Minguengue e em 16 chegava ao Songololo; a coluna era comandada pelo capitão Cardoso e o Exº Governador acompanhava-a para tentar dar inteiro cumprimento às instruções se s. Exª o Governador-geral. Em 17 permaneceu ainda a coluna em Songololo por falta de carregadores para o oficial belga que comandava a escolta, em prejuízo do transporte de um número equivalente de cargas da coluna que tiveram que ficar em Songololo, começou a marcha para fronteira, indo a coluna acampar n’esse dia em território português, na margem esquerda do Luvo às 17,30 sendo aí prevenido o Exº Governador, pelo oficial belga comandante da escolta, do que, segundo tinham informado os sobas de alguns povos belgas atravessados pela coluna no seu trajecto, os rebeldes esperavam acoluna na mata que orla um pântano a pequena distância da margem do rio Luvo.

Em 19 partiu a coluna com destino a S. Salvador e uma hora depois encontrou à esquerda a mata a que referia a informação do pelotão da guarda avançada (tenente Ribeiro d’Almeida) desenvolveu e avançou para a mata executando duas descargas, que não foram correspondidas, e, em seguida internou-se na mata onde não encontrou vestígios de gentio; por sua vez a coluna avançou para a mata, perdeu-se dentro dela, conseguindo, algum tempo, concentrar-se em uma altura que domina a mata; continuando a marcha atravessou às 13 horas a mata o rio da Volunga e a povoação d’Este nome, que acabava de ser abandonada pelo gentio que ali deixara toda a criação e haveres, que foram respeitados. Depois de um pequeno alto a marcha continuou indo a coluna acampar: em pequena elevação de terreno, 400 metros a norte da mata do SOKO, às 16,30, sendo nesse dia suprimido o almoço.

No dia 20 a coluna pôs-se em marcha às 7 horas, atravessou a mata do SOKO e dois povos que ali existiam e que tinham sido abandonados n’esse momento, procurando baldamente que o gentio “ chegasse à fala” não conseguindo obter resposta aos convites que eram feitos para que se apresentasse, não restando, porém, a menor dúvida de que estava muito próximo e que ouvia quanto lhe era dito. Prosseguiu a marcha, sendo atravessada mais uma mata e às 10,10 a coluna chegava ao povo KIUNGA, que estava totalmente abandonado; às 13,15 recomeçou a marcha, sendo atravessada a mata de KIKINGA, muito densa e extensa e às 14,30, entrava na mata KINGA. Já dentro da mata se encontrava toda a guarda avançada, dois pelotões do grosso da coluna e a peça, quando a flecha, a cuja frente marchava o tenente Ribeiro d’Almeida, ao chegar junto do riacho de Kinga, foi alvejado por uma descarga, indo um dos projécteis arranhar a mão esquerda daquele oficial e um outro furou-lhe a pestana do dólmen, na altura do estâmago;

Dominada a perturbação que se manifestou entre as praças da extrema guarda avançada, começou-se a responder ao fogo inimigo que era especialmente sobre a direita da coluna; parecia que o fogo do inimigo fora dominado, quando, do mesmo lado, se fez ouvir uma grande algazarra que, começando na altura da testa da coluna se propagava rapidamente lado da cauda, sendo então a coluna atacada em toda a sua profundidade por um fogo, vivíssimo.

O 1º. Pelotão do grosso da coluna (tenente Camacho) e a 1ª secção do 2º portaram-se bem; mas a 2ª secção deste (tenente Teixeira) retirou precipitadamente sobre os carregadores onde levariam o pânico se não fosse prontamente contida pelo tenente de serviço de administração militar Costa Alves e capitão médico Sá, cuja enérgica intervenção conseguiu deter aquela secção. O gentio retirou, não tornando a ser pressentido.

A coluna perseguiu até ao alto que pelo Sul domina a mata da Kianga e aí, posta a peça em bateria foi feito um tiro de granada com balas sobre um provável ponto de passagem forçada do gentio, não são conhecidos os efeitos desse tiro…”

Continua

                                                        

                                                                                                    AHM-LISBOA

 

                                                                                  Com a colaboração de Artur Méndes

 


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