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29 Aug

Revolta de Mbuta em São Salvador (5)

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #História do Reino do Kongo

 

 



…” Partiu o capitão Cardoso no dia 3 de fevereiro de Noqui para S. Salvador, com o pessoal indicado, estabelecendo o serviço de segurança desde que atingiu, a cerca de uma légua de Noqui, o campo de segregação de Minguengue. Nada de anormal se deu na sua marcha até atingir a margem do rio M’pozo; aqui, e enquanto se procedia à reconstrução da ponte sobre o rio, cujo tabuleiro fora destruído, foi entabulada conversação, a distância, com alguns indígenas que supôs serem de Dinga (antigo povo do Congo Diantino) os quais diziam que era melhor não perseguir com soldados, porque naturalmente encontrariam guerra se perseguissem na marcha; quando o capitão Cardoso pretendia aproximar-se d’estes indígenas a fim de os deter para averiguações eles desapareceram. Reconstruida a ponte, perseguiu a marcha, atingindo a flecha às 11 horas a margem do rio Luso, onde foi recebida com uma descarga de que resoltou ficar ferido um soldado; já flecha, que era comandada pelo 2º sargento Oliveira, retirou sobre o corpo da guarda avançada e este, por seu turno recuou de alguns metros para ocupar uma posição mais dominante. O comandante ordenou então que as duas secções do pelotão da cauda se dispusessem em colchete defensivo, não sendo, todavia seu propósito manter-se na defensiva. O fogo durou até cerca das 14,30, sendo ferido mortalmente, durante ele, um soldado indígena que se encontrava entre o comandante do pelotão, tenente António José Camacho e o 1º sargento Rodrigues; este ferimento foi feito por bala de arma de calibre reduzido.

O gentio que atacava em grande força e número, empoleirando-se nas árvores, fazia grande gritaria, tocava cornetas e trazia na cabeça fitas brancas, então sinal de BUTA, que mais tarde foi substituída, sem que se saiba a razão d’isto por fitas vermelhas; a força do comando do Capitão Cardoso estava muito atormentada pela falta de água que não encontrava desde a passagem do rio M’Pozo e encontrava-se impossibilitado de ir buscá-la ao Luso. Nestas condições o capitão Cardoso resolveu interromper o combate e retirar para um montículo 300 metros à rectaguarda e d’ahi estudar o terreno procurando encontrar um ponto onde a passagem do rio não apresentassem as dificuldades que ali se lhe ofereciam; não conseguindo encontrar ponto algum n’essas condições resolveu reunir conselho de oficiais, que, unanimemente, considerando que não dispunha do mais insignificante meio para preparar
uma ponte ligeira nem de artilharia para bater a mata, que era pequena a reserva de munições e que não sabiam quais as dificuldades e resistência que haveria a vencer no resto do caminho de que apenas haviam percorrido a primeira metade, e, ainda, que tinham partido de Noqui com dez dias de viveres e que, caso chegassem a S. Salvador, como ali não havia munições em abundância, a acção da coluna seria inútil pois que não representando um aumento de força, representaria, não obstante, um mais largo consumo de viveres, constituindo, em tais condições, um factor negativo para a defesa daquela povoação, foram de parecer que a coluna deveria retirar sobre a fracção que, em harmonia com as instruções de S.Exª o Governador Geral, deveria seguir o mesmo trajeto, escoltando o Ex. Governador do distrito.

“Começou então a retirada….

Continua...

                                                                                                          A. H. M LISBOA

 

 

                                                                                             Em colaboração com Artur Méndes

 

 

 

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