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Portal da Damba e da História do Kongo

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Página de informação geral do Município da Damba e da história do Kongo


Revolta de Mbuta em São Salvador (30)

Publicado por Muana Damba activado 27 Noviembre 2012, 03:27am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 

…” No dia 27 às 11,35, depois de 4 horas de marcha, a coluna entrava em S. Salvador, com a convicção de ter dado, quando menos, um profundo golpe no prestigio do Buta e ter lançado as bases do aniquilamento desse poderio e, portanto, da pacificação da região que as circunstâncias alheias às operações em si, apesar da constante falta de recursos, não permitiram levar ao fim mais rápida e completamente. Na área de S. Salvador, os rebeldes estão virtualmente dominados; não se apresentaram ainda, é certo, mas temos comunicações garantidas, estamos em condições de não permitir um momento de sossego aos rebeldes, ocupamos realmente a região; o resto não deverá demorar, ou eu me engano muito.


No relatório das operações de 22 a 27 de Agosto destaca o Governador os tenentes Peixoto, R. de Almeida, Filipe, Matos e Amaral o alferes Lamelas e os sargentos Isidoro e Candeias de artilharia e Alberto Exposto, José Maria, Guerreiro, Soares e Oliveira, e finalmente o cabo indígena 125/402 da 2.ª Companhia, Pena e ainda o soldado…. (ilegível), entre muitos outros que foram de uma dedicação e valentia digna de louvor.


As operações activas iam terminar; era preciso ainda garantir a ocupação da zona Maquela – S. Salvador e preparar a ocupação da Canda, região densamente povoada, cheia, a regurgitar, de armamento; para isso foram dadas instruções ao capitão-mor de S. Salvador a quem foi incumbida a instalação dos postos do Tanda e Cuimba, missão que levou já a cabo, tendo encontrado pouca resistência na sua marcha, efeito da acção desmoralizadora que sobre os rebeldes exerceu a derrota de Buta.

 

fotos do drjocn


 O Governador veio para Noqui e ali nos reunimos em 4 de Setembro preparando as instruções para a montagem de um posto em Quincanda, na região de Noqui, e a posse da linha de comunicações Noqui-S. Salvador de que carecemos inteiramente para o transporte de tropas e material de guerra para o interior do distrito, sem o constante e abusivo recurso ao Congo Belga. De resto, o estabelecimento do posto do Luso, um dos dois que há aumentar para conseguir este resultado, deverá dar-nos, se for bem comandado, a submissão da Malanda, região que desconhecemos ainda.


TERCEIRA PARTE


Não vale a pena alargar-me em considerações que justifiquem um plano de operações a efectuar para a ocupação das regiões do Pombo e Sosso. E isto pelas razões seguintes: Em primeiro lugar é de boa doutrina, especialmente em campanhas coloniais, que o plano de operações seja elaborado por quem deva levar a cabo as mesmas operações, sem a definição de responsabilidades resultaria muito difícil;


Em segundo lugar é profunda a minha convicção de que o distrito do Congo não disporá, no próximo ano, de recursos necessários para tentar aquela ocupação;


Em terceiro lugar considero tais operações como extemporâneas, enquanto a das regiões a oeste daquelas não seja um facto palpável; tanto mais que, apesar de tudo, as nossas armas não sofreram ali um desastre que seja necessário vingar;


Finalmente, em quarto lugar, porque a tentar-se essa ocupação com os recursos actuais, teríamos que desguarnecer quanto fica a oeste dessas regiões e teríamos, dentro de muito pouco tempo, de sufocar uma revolta talvez bem mais grave que a de 1913-14 e, se é possível, com maior generalidade ainda que aquela.


Assim, pois, limitar-me-ei a dizer, como expus verbalmente ao Chefe da 5.ª repartição do Ministério das Colónias, a tentar, nas condições actuais a ocupação do Pombo e Sosso, se deve efectuar a invasão daquelas regiões partindo do distrito da Lunda, tomando como base de operações, no inicio destas, os postos de Matanga e Canhangué estabelecendo previamente a policia dos rios Cuali e Cughe, para impedir que os jingas da Lunda vão reunir-se, o que aliás é provável, aos pombos e sossos, constituindo depósitos nos postos de Lutengo, Cuilo e Cuango, onde as forças em operações se reabastecem e à custa dos quais se abasteçam os postos a montar, na ocasião da sua instalação.


Há que ter em atenção que a Jinga se encontra desguarnecida mas que é improvável que os indígenas dali pretendam passar para o norte do Cughe e Cuali, porque têm largos interesses ligados à terra que habitam e cultivam em grande escala. O jinga tem-se mostrado sempre dócil às ordens da autoridade quando vê que esta dispõe da força precisa para coagir ao cumprimento dessas ordens; logo, porem, que a guarnição é desfalcada, como sucedeu e sucede em consequência da ocupação do Cassange, o jinga, quando não vai mais longe, deixa de fazer caso da autoridade”….

 

Continua

AHML  

                              

                                                                                   Pesquisa: Artur Mendes

 


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