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19 Sep

Revolta de Mbuta em São Salvador (11)

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #História do Reino do Kongo

 



“ No dia 23, pela 8,30, ouviram-se tiros na direcção do cemitério; o gentio avançava em força por esse lado, aproximando-se até junto da casa holandesa. Saiu ao encontro do gentio o pelotão do alferes Gama, partindo também, pelo caminho de Banza Puto, o pelotão do tenente Ribeiro d’Almeida que ia tentar cortar a retirada ao gentio. Pouco depois prenunciava-se um outro ataque do gentio pelo caminho de Cunga aproximando-se da estação postal e indo até junto d’umas palmeiras que ali se encontram; ao encontro deste ataque marchou o pelotão do tenente Teixeira. Algumas horas depois regressava o pelotão do alferes Gama que tinha repelido o inimigo na direcção do caminho de Quiálundu, indo uma secção d’este pelotão reforçar o do tenente Teixeira que continuava empenhado em fogo vivo contra o gentio, sem que o combate se decidisse Mal tinha acabado de partir esta secção manifestou- se outro ataque do gentio, pelo lado Sul da fortaleza, em um alto cultivado de mandioca a 300 metros de distância; as balas passavam bastante baixas, especialmente por sobre o baluarte S.O. Contra este ataque marchou o pelotão do tenente Camacho que repeliu o inimigo e o perseguiu até ao rio Luége, causando-lhe bastantes baixas o ataque durou atá às 16 horas.

Pouco depois avistava-se da fortaleza a 2000 metros de distância, na direcção de Banza Puto, um magote de gentio que retirava e que foi disperso com duas granadas.

No dia 26, às 8,30, o gentio atacou e queimou, à vista da fortaleza, o povo da Quincanda; para ali foi feito um tiro de granada com bala que atingiu o objectivo, como foi verificado no dia imediato pelos rastos de sangue que ali foram encontrados.

Na tarde d’este dia foi o Ex Governador do distrito informado de que os quarteis generais dos rebeldes, eram principalmente em BANZA PUTO e CUNGA. N’estas condição determinou o comandante da coluna que em cada um dos dois dias seguintes fizesse atacar aquelas povoações e assim, em 27, um destacamento composto dos pelotões Ribeiro d’Almeida, Teixeira e Gama, partiu às 3,30 para Banza Puto que pretendia surpreender; noite era bastante escura e, segundo declarou o tenente Teixeira, foi isso que deu causa a que o seu pelotão, que ia na cauda, perdesse o contacto com o que o precedia, na passagem do rio Luége. Tendo ainda notado a falta d’esse pelotão, procurou-se reunir a coluna, o que só foi conseguido ao alvorecer, fracassando assim a surpresa; chegou mesmo quase surpreendida uma sentinela que os rebeldes tinham a meia encosta do morro de Banza Puto.

A povoação foi tomada depois de curtíssima resistência, seguindo a coluna, de pois de a destruir, para o Norte, queimando seis povos um dos quais o mais importante era Kimpege. Feito isto, regressou á fortaleza pelo caminho da Quimuanda, entrando em S. S. Salvador às 18 horas. Em todos os pontos atacados a resistência foi mínima, retirando o gentio na direcção do Muingo e de Congo Diacati.

No dia 28, às 4, saiu de S. Salvador um destacamento constituído por os pelotões Camacho e Filipe e por uma secção do pelotão Gama, comandada pelo sargento Vergílio, força esta que foi atacada pelo gentio logo à passagem do rio Lungueje, onde se travou um combate, em que foi ferido em uma perna, que teve de ser-lhe amputada, o 2º. Cabo indígena Francisco Lopes, nº 66 da 2ª Companhia. Este cabo, que se portou admiravelmente em todas as sortidas que fez por ocasião dos primeiros ataques a S. Salvador, ora assumindo o comando de 4 praças indígenas, ora incorporado na força de diminuto efectivo com que o sargento Vergílio repeliu todos os ataques que o gentio fez, ficou inutilizado por uma armadilha colocada no meio do capim; no momento em que foi ferido marchava na frente da flecha. Repelido o gentio da margem do Luége….

Continua

                                                                                                            AHM-LISBOA

 

                                                                                           Texto enviado por Artur Méndes

 


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