Revolta de Mbuta em São Salvador (10)
… “ O ataque foi repelido pelas faces atacadas, sendo digna de registo a forma por que o 1º pelotão avançou para o inimigo, de arma ao ombro, num gesto à Lassale; o inimigo pôs-se em fuga não
tornando a fazer-se ouvir senão à distância de 1500 metros da face sul, sendo então feitos alguns tiros só por atiradores escolhidos e lançada para ali uma granada, o que fez terminar de todo o
fogo do gentio.
No início do ataque, os carregadores que tinham ido ao rio refugiaram-se dentro do quadrado e comunicaram ter visto um cadáver flutuando na água.
Durante o ataque feito ao quadrado o gentio chegou a aproximar-se 80 metros das faces atacadas. O pelotão Ribeiro d’Almeida voltou ao seu bivaque como partira marchando em linha, de arama ao
ombro.
No dia 24 a marcha foi iniciada às 6,30; a marcha fez-se debaixo de um sol ardentíssimo, a uma temperatura abrasadora; às 15 a coluna atingia o rio Pondadina, onde imediatamente se apresentou o
soba D. Álvaro N´Jinge e, pouco depois, uma pequena força que viera de S. Salvador ao encontro da coluna. Depois de distribuída uma refeição fria, a coluna pôs-se de novo em marcha, entrando em
S. Salvador às 17,30, sendo recebida pelas mais calorosas manifestações de entusiasmo e de alegria pela população católica refugiada na fortaleza. A essa hora, os que na metrópole são
sistematicamente detratores dos trabalhos nas colónias, interrompiam por momentos os seu folgares para com maior ímpeto a ele voltarem terça feira de carnaval ……… (aspas do relator)
Antes de encerrar a narração da marcha para S. Salvador é necessário consignar um facto que deixou de sê-lo na altura adequada; é na marcha do dia 21 a guarda da retaguarda foi pertinazmente
atacada e cumpriu com brilho, sob as ordens do tenente José Francisco Filipe o seu espinhoso papel.
Continua : “As Batalhas”
AHM-LISBOA
Texto enviado por Artur Mendes