Por José Bule | Uíge - Hoje
A população da localidade vai ter à sua disposição novos empreendimentos sociais
Fotografia: Jornal de Angola
A viagem para o Quimbele é, a cada dia que passa, mais rápida, segura e cómoda. Ao longo do percurso de cerca de 261 quilómetros, passando pelos municípios do Negage, Puri, Sanza Pombo e Milunga,
pode ver-se muitos cidadãos angolanos, chineses e portugueses, distribuídos em brigadas de trabalho, a manusearem camiões e máquinas de grande e pequeno porte nos diferentes pontos da via. O
trabalho não pára, haja chuva ou sol abrasador. A distância entre o Quimbele e a cidade do Uíge está cada vez mais encurtada.
Até aqui, quem fizesse o percurso, demorava dois dias, através de uma estrada que tinha mais buracos e ravinas do que pedaços de asfalto. Hoje, com o advento da paz, já é possível fazê-lo em
menos de quatro horas. A paz está a transforma o sonho em realidade e devolve a alegria a quem a perdeu, devido aos males causados pela guerra.
É ponto assente que o desenvolvimento de qualquer localidade depende das condições das suas vias de acesso.
Só assim é possível melhorar, com maior celeridade, as condições de vida das populações, principalmente daquelas que residem nas zonas mais recônditas da província, como é o caso de muitas
comunidades do Quimbele. Garantir a livre circulação de pessoas e bens é acelerar o desenvolvimento das diversas regiões que compõe a província.
Nessa perspectiva, o governo provincial do Uíge aposta, este ano, na requalificação e ampliação das vias de acesso às distintas localidades da província. Neste momento, estão a ser realizados
trabalhos de reabilitação das vias rodoviárias que ligam a regedoria de Quibocolo às comunas do Alto Zaza e Cuango, em cerca de 88 quilómetros de estrada.
Estas duas localidades do município do Quimbele ficaram longos anos sem acesso. Era impensável chegar de carro a estas comunas, ou delas sair, devido ao mau estado em que se encontravam as suas
estradas.
As suas populações estavam isoladas do resto da província.
Agora, o momento é de paz e o governo decidiu investir com rigor na melhoria desses troços para facilitar o escoamento dos diversos produtos agrícolas ali cultivados, e permitir que os
comerciantes abram estabelecimentos, reactivem as trocas e promovam o comércio nas comunidades, contribuindo para o desenvolvimento delas. Ainda este ano, as populações do Quimbele vão ter à sua
disposição novas infra-estruturas económicas e sociais, como um hospital municipal de referência, mais escolas, postos e centros de saúde e, pelo menos, um centro de formação profissional para a
juventude.
O Quimbele possui três comunas, Icoca, Cuango e Alto Zaza, 296 aldeias e uma população estimada em mais de 300 mil habitantes, que se dedica, essencialmente, ao cultivo de mandioca, ginguba,
banana, batata-doce, café, arroz, gergelim, abacate, cana-de-açúcar, hortícolas, entre outros produtos.
J.A