Os finalistas debruçaram-se nas suas teses sobre os factores que estão na base da fraca capacidade de escrita de muitos alunos
Fotografia: Filipe Botelho
O Instituto Superior de Ciências da Educação no Uíge colocou à disposição do mercado de emprego os três primeiros licenciados em Língua Portuguesa, desde a criação do ISCED local, em 1998.
Para a obtenção do título de licenciado, os finalistas debruçaram-se nas suas teses sobre os factores que estão na base da fraca capacidade de escrita dos alunos do ensino médio.
O corpo de jurados, encabeçado pelo professor Manuel Kivuna, mestre em Língua Portuguesa, atribuiu notas de 15, 17 e 18 valores aos finalistas Clemente Victor, Domingos Tomás e Osvaldo
Malungo, respectivamente.
Clemente Victor abordou o tema “Algumas Incorrecções Ortográficas Verificadas na Escola do II Ciclo do Ensino Secundário, na cidade do Uíge”.
O “Rendimento Escolar em Língua Portuguesa, Uma Análise Comparativa entre as Crianças de Português, Língua Materna e as de Português não materno (caso escola 1057)”, foi defendido por Domingos
Tomás.
“As Dificuldades no Manejo das Conjunções” foi o tema apresentado por Osvaldo Malungo.
Os novos licenciados organizaram os seus trabalhos em três capítulos. No primeiro capítulo, cada um dos finalistas fez uma exposição sobre a importância da Língua Portuguesa no processo
de ensino e aprendizagem, a qualificação dos professores e do material didáctico utilizado pelos docentes.
No segundo capítulo, os candidatos abordaram o acto de escrever como factor principal para a comunicação e o papel da escola no ensino da escrita.
“As dificuldades que os alunos apresentam na produção dos textos, a incoerência gráfica e as propostas para uma escrita verdadeira” consta também dos assuntos abordados. Durante a investigação,
os novos licenciados constataram que os alunos do primeiro ciclo precisam de um ensino linguístico rigoroso, capaz de suportar os desafios do futuro. Os recém-licenciados constataram a ausência
de manuais e guias metodológicos em professores do segundo ciclo e a carência de docentes especializados em língua portuguesa.
A falta de apetrechamento nas bibliotecas da província e o excessivo número de alunos nas salas constam das constatações feitas pelos novos professores licenciados em língua
portuguesa.
Para melhorar a qualidade da escrita dos alunos do segundo ciclo, os novos professores de Língua Portuguesa propõem a ampliação da rede escolar, para diminuir o número de alunos por sala.
O apetrechamento das bibliotecas, a necessidade de haver mais professores formados em Língua Portuguesa, que devem beneficiar de reciclagem periódica, são igualmente debilidades encontradas no
sistema de ensino vigente.
O Instituto Superior de Ciências da Educaçãoda província do Uíge foi criado em 1998.
J.A