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24 Nov

Os Kongo, os Últimos Reis e o Residente Faria Leal (Factos mais recentes de que o autor foi testemunha ocular)

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #Notícias do Uíge

 

Por Dr. José Carlos de Oliveira

 

Jose Carlos de Oliveira l

 

 

Factos mais recentes de que o autor foi testemunha ocular

 

A “Casa Sede” das actividades comerciais de meu pai na zona, foi construída em Kibokolo em 1954, para onde fui em Dezembro de 1955, tinha então acabado de fazer 16 anos. Como “prémio”, segundo dizia meu pai, por ter concluído com êxito o curso Complementar de Comércio na Escola Comercial D. João II. A dita “povoação comercial” constava de duas casas comerciais cujo proprietário era Jacinto da Costa Fernandes o maior comerciante de Maquela do Zombo. As minas de cobre do Mavoio, exploradas pela Empresa do Cobre de Angola, filial da empresa mãe CUF – Companhia União Fabril, distavam da nossa “Casa Sede” oito quilómetros e a Missão Baptista do Kibokolo cerca de dois quilómetros. Tome-se em devida conta que as missões inglesas, por estranha coincidência, instalaram-se sempre nas cercanias de jazidas importantes de minérios.

 

Singularmente, no auge da extracção do cobre a Empresa do Cobre de Angola (ECA) deixou de investir para espanto do chefe dos mineiros (pessoa minha amiga). Estávamos em 1958, foram-me então oferecidas por um grande caçador de elefantes, lindíssimos pedaços de estalactites e estalagmites. Por essa altura, já meu pai tinha uma filial na zona da Mabaia, onde, mais uma vez, os missionários baptistas se tinham instalado há décadas.

 

No entroncamento viário que separava a vila da Damba da então povoação comercial do Lukunga, residia um príncipe fortíssimo pretendente ao trono do reino do Kongo cujo rei tinha sede em S. Salvador do Kongo, actual Banza Kongo, chamava-se ele, Soba Nicolau, e confiou-me por volta de 1960, o seguinte: contavam os “mais velhos” hoje ditos kotas que as grandes pedras de Ngumba e Mpambu N´singa Nzambi (sinais sagrados dos reis do Kongo pelo seu valor histórico e cultural) muito próximas da então povoação comercial do Bembe, onde em épocas de guerra com os portugueses os kongo se escondiam, sendo que o sub grupo Nsamu wa kanga, fazia da gruta Ngumba o seu Lumbu. Pois bem, diziam os Ngudikama “sábios conselheiros kongo”, que ali estava o núcleo dum filão que chegava até Banza Sosso e passava pela zona da Damba e Maquela do Zombo. Muito haveria a acrescentar, fiquemos por aqui…

 

 

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