Na torre do aeroporto (da Damba) não havia controlo para aviões.
Na torre do aeroporto não havia controlo para aviões.
Mora lá uma negra, velha, esquelética que parece esquecer-se da alma pela escada em
caracol.
Veste uns farrapos, que a cada passo se lhe abrem para mostrar as coxas e chupa um cigarro
aceso para dentro enquanto se exibe cadenciando-se em frente da única Torre do Mundo
que fora feita para ela.
A negra namora, exibindo as coxas, o vento e a chuva.
Como um fantasma passeia e ri no meio do campo…
Às segundas e sextas vêm os estranhos à espera do avião…
A velha conhece as segundas e as sextas e os olhos quase pensativos, pousam-lhe no avião
que parte.
Mas fica sombria, quando o avião chega. Porquê?
... ... ...
Quando o cacimbo não deixa vir o avião a Velha feiticeira da torre de controlo
É uma figura hedionda.
Ela, a misse Aeroporto, como a tropa lhe chama… símbolo duma vida salteada,
sem controlo a Velha Negra, esquelética
DA ÚNICA TORRE DO MUNDO
QUE FORA FEITA PARA ELA.
Alf.Seiça Neto.
Batalhão de Caçadores 141,estacionado na Damba,1961-1963.