
Manuel Miguel "Pop Show" porta-voz e líder dos Afra Sound Stars
Fotografia: DR
Canções do grupo Afra Sound Stars, que fizeram sucesso nos anos 80, vão ser lembradas no domingo, das 10h00 às 18h00, em mais uma edição do projecto “Palco das Recordações”, realizado no complexo turístico Weza Paradise, em Luanda.
Os músicos Eduardo Paím e Paulino Pinheiro são os convidados para acompanharem o agrupamento. Os músicos vão interpretar temas dos seus repertórios e o grupo tradicional Semba Muxima faz a
abertura do espectáculo.
Manuel Miguel “Pop Show”, porta-voz e líder dos Afra Sound Stars, disse ao Jornal de Angola que o espectáculo é uma ocasião ímpar para reunir os seus integrantes, que, por motivos profissionais
e pessoais, já não tocam juntos há muitos anos.
Durante o espectáculo, sublinhou, vão ser feitos depoimentos de pessoas que acompanharam a trajectória do grupo com 37 anos de carreira. “Está a ser um momento agradável por estar novamente com
os meus companheiros. Não foi fácil reunir os elementos do grupo porque muitos ainda estavam no estrangeiro e só agora chegaram ao país”.
Pop Show garantiu que, no espectáculo, o grupo vai tocar temas como “Kimbele”, “Mano António”, “OMA”, “Tempo do Kaprandanda”, “Menina chora” e “Mulata”.
Os Afra Sound Stars são um grupo formado em Luanda, em 1976, que começa a ganhar visibilidade em 1982, acompanhando artistas da velha guarda em festivais organizados pela então Direcção de
Massificação Cultural.
Nesse mesmo ano, o conjunto ganha o prémio de melhor grupo musical juvenil num concurso nacional organizado pela Associação dos Estudantes do Ensino Médio do Instituto Karl Max Makarenko.
Em 1988, depois de terem comprido o serviço militar, partem para o Brasil, onde iniciam um périplo, que os leva a Portugal e à Bélgica.
Os Afra Sound Stars aparecem depois da extinção do grupo Liberdade África, um conjunto criado em 1976 por Pop Show.
Constituído por Pop Show (guitarra e voz), Sheriff (viola baixo), Hagaha (teclado), Tubarão (bateria), Gato Bediseyel e Grove (percussão), o agrupamento tem no mercado os discos Afra Sound
Stars (editado pelo Inald em Angola), “Criolinha” (com a participação do cantor Abel Duerê) , “Saparam”, “Idebele”, “Absaite” e “Soko-soke”.
No plano internacional, o grupo tem trabalhado com expoentes africanos, como Papá Wemba, Youssof N’Dour, Geofrey Oriema, com o objectivo de angariar fundos para as crianças refugiadas.
Eduardo Paím nasceu no Congo Brazzaville há 47 anos, onde os pais se tinham exilado. Ganhou o gosto pela música ainda pequeno, depois de receber da mãe uma viola de brinquedo. Tinha, então, 7
anos.
Começou a cantar em 1979, com o grupo “Os Puros”, que constituiu com Bruno Lara e Levi Marcelino. Viveu o auge da carreira em Portugal, onde conseguiu o seu primeiro “Disco de Ouro”, por vendas
superiores a 50 mil cópias, na obra “Do Kayaya”. Em mais de 30 anos de carreira, Eduardo Paím Fernando da Silva editou “Luanda, Minha Banda”, 1991, “Novembro” (1991), “Do Kayaya” (1992),
“Kambuengo” (1993), “Kanela” (1994), “Ainda a Tempo” (1995), “Mujimbos” (1998) e “Maruvo na Taça” (2006).
Paulino Pinheiro, com 59 anos, 42 dos quais de carreira musical, nasceu no município do Bembe, província do Uíge, e iniciou a sua carreira musical no palco infantil denominado “Palmo e
Meio” em alguns centros recreativos e culturais de Luanda, em 1966. No mesmo ano, Paulino Pinheiro fundou o seu primeiro grupo, denominado “Os jovens da Maianga”, formado por adolescentes
do bairro Catambor, que durou pouco tempo, por muitos pais serem contra essa actividade. O seu primeiro disco foi lançado em 1971 e o segundo, terceiro e
quarto foram todos editados no ano seguinte.
J.A