Municípios erguem o futuro com novas casas

Fotografia: Rogério Tuti
O programa de habitação chegou às sedes dos municípios do Uíge, uma iniciativa do Executivo que visa suprir o défice de casas nestas localidades, favorecer o povoamento e o regresso dos quadros. O programa abrange os municípios de Maquela do Zombo e Bungo. Simultaneamente, estão a ser construídas escolas primárias e centros médicos nas aldeias e comunas.
No município de Sanza Pombo estão a ser erguidas 200 casas sociais e dezenas de outras evolutivas. A execução decorre sem sobressaltos e o município sede vai dispor de 20 casas evolutivas,
enquanto as comunas do Cuilo, Amba e Alfândega e na aldeia da Beira Baixa, vão ser construídas 15 em cada. Em Sanza Pombo, o programa contempla uma primeira fase em que estão a ser construídas
100 casas em vias de conclusão, e numa segunda as restantes 100.
“Aproveitámos para investir ao longo da estrada. Decorrem os projectos de construção de casas evolutivas à velocidade que pretendíamos e devem servir para reduzir o défice que existe neste
domínio, além de precisarmos de atrair os naturais das aldeias com a criação de condições habitacionais”, referiu o administrador de Sanza Pombo, Baptista Bunga. A nível da saúde, o município
conta com um banco de Urgência, que tem todos os equipamentos. Dispõe ainda de uma morgue e de um sanatório, já que têm sido registados alguns casos de tuberculose. Parte dos casos, em geral,
são provenientes de Milunga e Quimbele.
Do capim ao betão
Relativamente à educação, o município tem estado a investir na edificação de escolas primárias nas aldeias. Na da Beira Baixa, está construída a escola primária número 517 com três salas.
A poucos metros de distância, encontra-se uma construção feita de pau e capim. Era ali, naquela construção improvisada, que as crianças entravam em contacto com as primeiras lições.
Hoje, as coisas são diferentes, pois os meninos vão poder estudar, faça sol ou chuva. A nova escola, amarela e castanha, está equipada como merece uma escola digna. Os meninos e meninas da aldeia da Beira Baixa já não vão aprender as lições sentadas em latas de leite em pó, em pedras ou pequenos bancos, porque a nova escola tem carteiras para todos.
O cenário repete-se na aldeia do Quitungo, que conta com uma escola primária com três salas. Além do estabelecimento de ensino, a aldeia conta também com um centro médico. Na aldeia
Q.Muanza há outra escola também com três salas, um investimento que se estendeu à aldeia do Quiteca Mata.
Vale a pena o sacrifício
Numa das salas da escola, estão muitos alunos em pleno dia de provas. Entre eles, Susana Mendonça chama a atenção. Tem o bebé nos braços, ora calmo, ora agitado, mas Susana prossegue. “Tenho de
fazer algum sacrifício, pois vale a pena”, sublinhou.
O bebé agita-se. Susana mantém a calma e ainda assim tenta puxar pela cabeça. Tenta escrever umas linhas, mas depois tem de acomodar o bebé e dar-lhe de mamar. Mesmo assim, prossegue e lá vai.
Os colegas, numa espécie de solidariedade para com ela, parecem não reparar. “A minha mãe foi à lavra, por isso tive de vir com o bebé, porque não queria perder a prova. Ela é a única pessoa
com quem o bebé tem ficado”, explicou.
A escassos quilómetros dali, na regedoria de Panda Menanga, está construído o mercado da regedoria e um centro médico. Tem uma escola de seis salas, onde são leccionadas aulas da primeira à
nona classe. Os 31 quilómetros que vão do bairro da Alfândega a Sanza Pombo estão a ser reabilitados. Na alfândega, a escassos metros da estrada terraplanada e que aguarda por asfalto,
desenvolve-se um projecto de construção de casas evolutivas. Ao lado, está a nascer o mercado municipal.
Sanza Pombo vai contar com um magistério primário, com 12 salas e quatro laboratórios, além de 11 casas para professores. “A intenção é reforçar o ensino básico. Queremos pô-lo a funcionar no
município”, disse o administrador, acrescentando que a execução das obras de infra-estruturas sociais está em 90 por cento.
Desenvolvimento Rural no Puri
O Programa Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza tem influenciado positivamente o modo de vida das populações, afirmou o administrador do município do Puri.
“O seu impacto social foi aplaudido pelas populações, pois as acções atingiram aquelas localidades onde o Governo português nunca tinha construído escolas nem unidades sanitárias”, salientou
António Cequeira.
No município, foram construídas escolas de raiz nas comunas da Quibala, Quisseque Bendo, Quifutila, Cavua e Cacuto, além de terem sido ampliadas e reabilitadas escolas nas aldeias Quizambi,
sede municipal, Quimbunga Lau. No total, estão disponíveis 34 salas, que devem absorver cerca de quatro mil alunos. Outro passo significativo que o município deu no sector da Educação foi a
aplicação do programa de merenda escolar, que teve início no segundo trimestre deste ano.
No sector da Saúde, a rede sanitária foi ampliada com a construção de unidades hospitalares, além de terem sido reabilitadas salas de parto dos postos e centros materno-infantis nas aldeias
Quinzambi, Quifutila, Quibaba e sede municipal. “Queremos que a população aflua às unidades sanitárias e lá encontre bons serviços, com medicamentos a custo zero”, disse o administrador. Ainda
neste campo, o município ganhou um hospital construído de raiz com capacidade para 75 camas.
Água para todos
As obras de construção, bombeamento, captação e tratamento de água na sede do município estão concluídas. Já foram feitos alguns ensaios. Outro projecto similar foi concluído na aldeia do Cusso
e Quisseque Lulovo, aguardando apenas pela inauguração. Na sede do município foram construídos 17 chafarizes.
J.A