
O secretário de Estado para as Tecnologias de Informação, Pedro Teta, anunciou na quarta-feira, na cidade do Uíge, a criação de um programa conjunto com alguns bancos comerciais para a concessão de microcréditos a alunos.
Pedro Teta falava durante a visita de cerca de quatro horas que efectuou à província, para avaliar o funcionamento do sector e a inclusão de vários projectos do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação naquela região.
O Ministério está a negociar com as direcções dos bancos comerciais a criação de uma linha de microcrédito que permita financiar a compra de computadores aos alunos no valor de 45 mil kwanzas,
que deve ser reembolsado às instituições financiadoras no prazo de 12 meses.
Depois de proceder à entrega de computadores portáteis do projecto “Meu Kamba” e outros de mesa às escolas 11 de Novembro e Divino Pastor, nesta cidade, Pedro Teta esclareceu que o Executivo,
no âmbito das parcerias público privadas, vai construir uma fábrica de computadores na Zona Económica Especial Viana-Bengo, para munir as escolas do país de equipamentos informáticos e permitir
que cada aluno tenha pelo menos um computador. “Os alunos solicitam o microcrédito e, mensalmente, os encarregados de educação devem depositar três mil kwanzas no banco. Queremos, desta forma,
promover a familiarização dos alunos com as novas tecnologias de informação e comunicação, para facilitar os seus mecanismos, métodos de estudo e de investigação enquanto crianças”, referiu.
O secretário de Estado acrescentou que o projecto pretende combater, principalmente, o isolamento digital que ainda se verifica em quase todo o país, e promover o uso quotidiano dos
equipamentos informáticos e das TIC´S, tendo em conta a vastidão de conteúdos proporcionada pelos computadores e pela Internet. “Em pleno século XXI, as crianças têm de ser mais competitivas
para saberem investigar sobre as matérias académicas e outras que fazem a actualidade do dia-a-dia em todo mundo”, disse.
Mediateca
Acompanhado de uma equipa técnica do seu gabinete e membros do Governo Provincial, Pedro Teta visitou o local onde vai ser construída a Madiateca do Uíge, o mesmo recinto onde se encontra o
Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) local. O futuro edifício vai ocupar uma área com cerca de oito mil metros quadrados. O projecto da construção de Mediatecas em todo o país é
uma iniciativa do Presidente da República, José Eduardo dos Santos e visa criar um espaço onde as pessoas necessitadas e as que não têm possibilidades possam aceder aos serviços de Internet ou
de um computador, gratuitamente.
A Mediateca vai contar com uma biblioteca, sistemas multimédia, zonas destinadas a crianças, jovens e adultos, espaços para as pessoas com mobilidade reduzidas, salas de leitura, sala de
conferências e locais para exposição de trabalhos diversos. “Viemos efectuar a micro localização do terreno. Vamos prosseguir com a elaboração do projecto arquitectónico, estudos topográficos e
geotérmicos para que em Agosto as obras tenham início e, em 2014, a população estudantil e outras pessoas tenham um espaço bom para a leitura, investigação e lazer”, sublinhou.
Melhorar a comunicação
O sercretário de Estado Pedro Teta reconheceu que a comunicação na província do Uíge ainda é deficiente, por isso defendeu a necessidade de serem reforçadas e aceleradas pelas operadoras destes
serviços no país e pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, para que conduzam ao seu melhoramento imediato.
Referiu, a título de exemplo, a existência de “zonas sombra” na estrada que liga a cidade do Uíge ao Caxito, onde em caso de necessidade de intervenção imediata devido a acidentes ou outras
circunstâncias, as pessoas não conseguem comunicar a ocorrência, facto que tem provocado a morte a muitas pessoas por falta de socorro em tempo oportuno.
“Os serviços de telecomunicações ainda são deficientes. Já está instalada a fibra óptica na província do Uíge, mas é preciso que sejam alargadas as bandas através do projecto do Executivo
destinado a aumentar o acesso internacional através do cabo de fibra óptica marinho e do satélite angolano ANGOSAT”, concluiu.
J.A