Por Salas Neto
«Muzonguê da Tradição», evento mensal cativo do roteiro cultural luandense, realizado pelo «Kilamba» normalmente para a exaltação do semba, terá neste domingo «condimentos» diferentes: rumbas e bolingós, estilos musicais de inspiração congolesa, que são também tocados e apreciados por cá, sobretudo entre o pessoal de origem bakongo.
Lwambo Makiadi "Franco"
Assim, de acordo com o programa, serão recordadas músicas de alguns «monstros» congoleses, como Francó, Rocherau, Dr. Nicó, Longomba Vicky, sob responsabilidade da Banda Olímpia, um grupo de
angolanos regressados do antigo Zaíre, que já esteve em alta entre nós, exímia executante daqueles estilos musicais (rumbas e bolingós).
Estêvão Costa, administrador do Kilamba, interrogado sobre se esta variação não iria prejudicar a casa em termos de assistência, uma vez que os «habituées» lá vão mais pelo semba, disse que era
preciso satisfazer também os apreciadores de outros estilos musicais, comoé o caso da rumba e do bolingó, que até não serão nada poucos. «Ao menos uma vez por ano, é preciso satisfazer também os
amantes
de outras tendências musicais que não o semba, não vão acusar-me de discriminação», disse o homem, com uma pontinha de ironia.
Tabu-Ley "Rochereau"
O evento decorrerá sob o signo de uma homenagem ao agrupamento cabindense Super Coba, que nos idos de 70 eram um dos mais representativos conjuntos musicais angolanos daqueles estilos
estrangeiros, assim como ao sembista Artur Adriano, surgido aqui de forma algo contranatural por força do seu recente falecimento, numa altura em que a casa pretendia distingui-lo de «viva voz» e
não a
título póstumo.
Estêvão Costa disse ainda que nem tudoestará «perdido» para os amantes e dançantes do bom semba, uma vez que o «discoteiro» ou Dj de serviço, alternadamente, vai tratar de satisfazê-los.
S. A