Por Valter Gomes e Nicodemos Paulo
O hospital da Damba trata outras doenças de pacientes provenientes das províncias
Fotografia: Jornal de Angola
Pelo menos 40 mulheres com
fístulas foram operadas de Janeiro a 14 de Maio do ano em curso, no hospital municipal da Damba, província do Uíge.
A informação foi prestada quarta-feira, na Damba, pelo director-geral do Hospital Municipal da Damba, Paulo Perimbelli, na abertura de um seminário
sobre técnicas para o tratamento cirúrgico da fístula obstétrica.
“De Janeiro a 14 de Maio do ano em curso, já foram operadas 40 mulheres com
fístulas”, revelou Paulo Perimbelli. Aactualmente, pelo menos 60 mulheres com fístula obstétrica encontram-se internadas na unidade
hospitalar, aguardando pelo tratamento cirúrgico.
Além da fístula, mais de 130 outros doentes estão, também, internados no hospital local, que funciona com 25 enfermeiros e quatro médicos. A
unidade hospitalar necessita de
mais de 40 enfermeiros e quatro novos médicos, para garantir um funcionamento condigno.
O Hospital Municipal da Damba beneficia, neste momento, de obras de ampliação para
garantir mais internamentos, tendo em conta o elevado número de doentes que procuram serviços de saúde com qualidade, segundo Paulo Perimbelli.
Dois cirurgiões participam, desde terça-feira, no município da Damba, numa acção de formação sobre técnicas para o tratamento cirúrgico da fístula obstétrica.
Durante o seminário, promovido pelo Governo Provincial do Uíge, em parceria com o
Fundo das Nações Unidas para a População, os médicos são submetidos a exames teóricos e práticos relacionados com as técnicas de consultas, tratamento cirúrgico e outras matérias ligadas à cura rápida da fístula obstétrica complicada.
A representante do Fundo das
Nações Unidas para a População em Angola, Kurtoum Nacro, disse que os principais factores para a ocorrência de casos de fístulas obstétricas tem a ver fundamentalmente com o surgimento da
gravidez durante um período de vida
em que o aparelho reprodutor
está imaturo.
A falta da adesão aos cuidados de saúde de forma antecipada, a pobreza, o limitado acesso à educação, informação e aos cuidados de maternidade segura são factores que propiciam o surgimento de casos
de fístulas obstétricas.
O Ministério da Saúde e o Governo Provincial do Uíge, em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para a População em Angola, estão a desenvolver acções com resultados positivos sobre a
prevenção e o tratamento da fístula
obstétrica no país.
Kurtoum Nacro solicitou a participação de todos no reforço dos pilares para o combate à fístula obstétrica: a prevenção, tratamento e a reintegração social das portadoras da doença.
O director provincial da Saúde do Uíge, Benji Henriques, esclareceu que o objectivo do seminário é permitir que os médicos adquiriram experiências e técnicas sobre o
tratamento cirúrgico da fístula obstétrica. “Hoje, centenas de mulheres oriundas dos diversos pontos do país são curadas na unidade hospitalar da Damba, a única, no país, com tecnologias de tratamento cirúrgico da doença”, disse o director Benji Henriques.
J.A
Long time - Sebastião Lutonadio " MUINGUILO"