Francisco Cobe lança dicionário Português-Kikongo
Luanda - O escritor angolano Francisco Narciso Cobe vai proceder, segunda-feira, na cidade do Uíge, ao lançamento do novo Dicionário Português-Kikongo, concretizando um
sonho em uma das duas áreas da sua formação científica – ciências da linguagem.
Segundo uma nota de imprensa chegada neste domingo à Angop, no âmbito das festas dos 95 anos da cidade do Uíge, o escritor fê-lo num momento em que Angola está empenhada na valorização e promoção
das suas línguas de forma mais equilibrada, com a introdução de algumas línguas de origem bantu no sistema de Ensino e o incentivo do seu uso na administração, devolvendo-lhes, assim, o direito
de cidadania que lhes é inerente.
“Como todas as línguas do mundo, o Kikongo tem a sua história que não é o tema deste novo Dicionário Português-Kikongo. Língua viva, o Kikongo continua a se desenvolver e está apta para integrar
termos técnicos de qualquer domínio (medicina, justiça e matemática); assim “crescem” as línguas ditas vivas”, lê-se na nota.
Francisco Narciso Cobe é médico e linguista, nasceu no Bembe, província do Uíge, a 11 de Janeiro de 1944. Frequentou a escola primária Evangélica (B.M.S.- Baptist Missionary Society) do Bembe
(1952-1958) e leccionou nas Escolas rurais do Nsangi (1958-1959) e do Nkau (1959-1960).
Com uma bolsa de estudo oferecida pelas Igrejas Evangélicas Canadianas e Americanas, estudou em Sona Bata (Ciclo de orientação, 1962-1964) e Sona Mpangu (Humanidades Científicas 1964-1968), no
Congo-Kinshasa, actual República Democrática do Congo.
Foi professor de Francês e de Matemática em Sona Mpangu, tendo iniciado estudos de medicina em Luluaburgo (Kananga) e na Universidade Lovanium (Kinshasa) que viria a concluir na Alemanha, nas
Universidades de Giessen e de Frankfurt e ainda os estudos de Romanística com mestrado pela Universidade de Frankfurt am Main.
Posteriormente, trabalhou em vários hospitais e serviço de seguro de saúde alemães. Actualmente é médico consultor.
Enquanto estudante em Sona Mpangu escreveu e publicou uma brochura de 44 poemas, em Francês, intitulada “Essai poétique”. Alguns poemas viriam a ser publicados no jornal da escola “Boussole”(
Bússola).
É ainda autor de um ensaio intitulado “Escravos africanos no Brasil no século XVI (1989), ainda não editado, e de um breviário de termos médicos em alemão, também não editado – Medizinische
Abkurzungem (Abreviaturas médicas), 2001−, mas em uso, em edição digital, na repartição hospitalar dos serviços de seguro de saúde na região de Fulda( AOK, Estado de Hesse) desde 1998, na
Alemanha.
Angop
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