Fístula obstétrica em debate

A província do Uíge acolhe, na próxima sexta-feira e sábado, uma conferência sobre a fístula obstétrica, uma doença que provoca incontinência urinária na mulher.
Um documento da direcção provincial do Uíge da Saúde Pública indica que o encontro, que vai reunir especialistas nacionais e internacionais na área da obstetrícia, vai debater as causas da
doença, tratamento e prevenção em Angola.
De acordo com especialistas, lê-se na nota, a pessoa que padece de fístula perde o controlo da micção e fica constantemente molhada. Uma das causas da doença prende-se com o parto prolongado,
parto não seguro realizado em casa e sem assistência qualificada.
Outras causas relacionadas têm a ver com a violência sexual, complicações cirúrgicas, tumores, linfogranuloma venéreo, cálculos na vesícula e radioterapia.
De acordo com alguns estudos, 90 por cento das mulheres com fístula dão à luz crianças mortas ou que falecem ao longo da primeira semana de vida. A perda constante de urina causa mau
cheiro, o que origina um desconforto a quem padece da doença e, em muito casos, os doentes, devido ao mau cheiro, também são vítimas de estigma.
“Muitas doentes são abandonadas pelos esposos e rejeitadas pelas famílias e comunidade, tornando-se improdutivas e incapazes de se auto-sustentarem. Vivem deprimidas e com tendências suicidas”,
acrescenta o documento.
Uma das formas de prevenção é o acesso universal aos serviços obstétricos de qualidade.
“Todas as mulheres grávidas devem ser acompanhadas em consulta pré-natal e devem parir com segurança, numa unidade institucional. O único tratamento da fístula obstétrica é a cirurgia, que devolve a auto-estima e alegria à mulher”.
Na província do Uíge, o tratamento da fístula é feito nos municípios de Maquela do Zombo, Damba, Songo, Mucaba, Uíge e Negage.
J.A