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11 Feb

Exploração de cobre nas minas do Mavoio

Publicado por Mbunga Mananga  - Etiquetas:  #Notícias da Damba



Uma vista das minas de Mavoio onde ainda este ano vai ser relançada a exploração do cobre

Fotografia: António Capitão

As minas do Mavoio, localizadas nas imediações das aldeias Mavoio e Mbanza Kinzau, na comuna de Quibocolo, município de Maquela do Zombo, começam, este ano, a dar os primeiros passos na exploração de cobre.

O facto foi anunciado por Lourenço Baptista Mahamba, responsável da Secretaria de Estado de Geologia e Minas, durante uma visita de trabalho à região mineira de MavoioTetelo, onde verificou os bons resultados produzidos na fase de prospecção.
 A região mineira de Mavoio, que compreende uma área territorial de cerca de dez mil quilómetros quadrados, aglutinando os municípios do Bembe, Damba e Maquela do Zombo, contou com o investimento, na fase de prospecção, de cerca de 22 milhões de dólares.
 De acordo com as previsões técnicas apresentadas pelas empresas detentoras da licença para a prospecção, exploração e produção do cobre, na região de Mavoio, está prevista uma produção mensal de mais de 20 mil toneladas de cobre puro.
 Lourenço Mahamba revelou que a fase de prospecção, iniciada há dois anos por duas empresas de direito angolano,  a AP Services e a Genius Mineral, dão certezas que as regiões são ricas em cobre. 
“Quando começar a fase de exploração, acreditamos que vai contribuir para a diversificação da economia do país, que se pretende alcançar durante o programa de Governo para o quadriénio 2009/2012”, disse. 
Mahamba referiu que, além dos investimentos a serem feitos pelas empresas a quem foram adjudicadas as licenças de exploração, o Governo está, na região, a reabilitar estradas, construir pontes, instalar linhas de transporte de energia eléctrica de alta tensão, que são, frisou, infra-estruturas indispensáveis para o funcionamento efectivo das minas de Mavoio.  “Para se projectar as necessidades em termos de infra-estruturas de apoio à mina de exploração de cobre, o Presidente da República criou uma comissão multi sectorial composta por sete vice-ministros, visto tratarem-se de recursos que quando brutos são muito pesados e requerem infra-estruturas de apoio, como caminhos de ferro, estradas, pontes e energia eléctrica”, lembrou.
Lourenço Mahamba, que foi vice-ministro da Geologia e Minas no anterior Governo, tomou contacto directo com as amostras retiradas do solo onde se encontram os jazigos minerais de Mavoio e de Tetelo.
O director-geral do projecto, Pedro de Carvalho, disse que os jazigos se encontram a uma profundidade estimada em 550 metros.
 Pedro de Carvalho anunciou a reabertura da galeria de acesso ao antigo jazigo de Mavoio, onde a existência do mineral já foi reconfirmada.  
  
Variedade de minerais
 
Na região mineira de Mavoio, além da confirmação da existência de grandes quantidades de cobre, estão, também, confirmadas, pela AP-Services e pela Genius Mineral, a existência de calcite, ferro, pirite e enxofre, este último, disse Pedro de Carvalho, possui um elevado padrão para a produção do ácido sulfúrico.
A área mineralizada compreende cerce de 150 quilómetros, partindo da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC) até ao sul do município do Bembe.
O ancião Pedro Paulo, 90 anos, antigo funcionário da mina de Mavoio, entre 1945 e 1972, altura em que a mina e a vila mineira foram abandonadas, afirmou que os antigos exploradores tinham comprovado, também, a existência de ouro e, provavelmente, de diamantes.
 
Estado actual
 
Mavoio era conhecida como “Vila Mineira ”, localidade onde se encontravam várias estruturas de apoio e suporte à exploração mineira. Havia hospitais, complexos residenciais, uma central térmica e outras estruturas que permitiam o armazenamento do cobre.
Hoje restam apenas escombros. As vias de acesso foram engolidas pela erosão e pelo verde do matagal. As máquinas estão completamente destruídas, não foram poupadas pelos saqueadores durante a guerra. O túnel que dava acesso ao jazigo mineral está totalmente soterrado.
 O director-geral do projecto afirmou que logo que comece a fase de exploração, algumas estruturas antigas podem ser recuperadas e outras vão ser construídas de raiz para oferecerem melhores condições de trabalho e de instalação aos mineiros.
Pedro de Carvalho revelou que depois de concluído o estudo de viabilidade do projecto vão ser construídas várias infra-estruturas sociais nas localidades circunvizinhas. 
 “As amostras retiradas do solo, através das perfurações que estamos a efectuar na antiga mina de Mavoio e na nova mina de Tetelo, deixam-nos satisfeitos, por isso acredito que depois de concluído o estudo de viabilidade económica do projecto vamos começar com a exploração e, simultaneamente, com a construção de infra-estruturas de suporte”, disse, acrescentando:
“A nossa responsabilidade social não vai ficar de parte. O que esperamos é que exista um triângulo de interacção entre o Governo, a nossa empresa e as comunidades locais”.
 
Estradas e energia eléctrica

 
Lourenço Baptista Mahamba, na sua deslocação à região mineira de Mavoio-Tetelo, verificou, igualmente, o estado actual dos trabalhos relacionados com a montagem da linha de transporte de energia de alta tensão, vinda da barragem hidroeléctrica de Capanda, que já se encontra em estado avançado de execução. As torres de suporte e os cabos eléctricos vindos da futura subestação do Quigima já atingiram a vila de Maquela do Zombo. 
“Tínhamos informações que este trabalho estava avançado, mas foi melhor verificarmos. Estou satisfeito por a linha de transporte ter chegado já a Maquela do Zombo, o que garante que os prazos contratuais estão a ser cumpridos e a situação de luz eléctrica na mina de Mavoio começa a deixar de ser uma preocupação”, sublinhou.
As estradas que ligam a capital da província à vila de Maquela do Zombo, através dos troços rodoviário Uíje-Mucaba-Damba-Maquela e Uíje-Negage-Bungo-Damba-Maquela, com distâncias superiores a 300 quilómetros, encontram-se em estado avançado de execução. 
Nos dois troços foram já asfaltados mais de 150 quilómetros, além de terem sido construídas várias pontes.

Empregos
 
A mina do Mavoio, afirmou um dos responsáveis da AP Services, paralisada desde 1972, tinha mais de três mil funcionários e a produção era estimada em mais de 30 mil toneladas de cobre por ano.
Pedro de Carvalho disse que para esta nova empreitada de exploração de cobre, o número de postos de trabalho pode vir a ser duas vezes inferior, tendo em conta os progressos tecnológicos. 
“A ciência evoluiu e muitas tarefas antes exercidas manualmente hoje são feitas pelas máquinas. Por isso, acreditamos que o número de operários que vai trabalhar na mina seja mais reduzido”, frisou.
Pedro Paulo, antigo trabalhador da mina, está esperançado no futuro dos filhos, netos e de toda juventude do município, uma vez que muitos deles até aqui ainda enfrentam o drama do desemprego.
“Nós, os mais velhos, já demos o nosso contributo nesta mina, na época colonial. Hoje, estamos nos últimos dias das nossas vidas e queremos que seja dada prioridade aos nossos jovens, para que possam melhorar as condições de vida”, afirmou.
 Na fase de prospecção foram criados 60 postos de trabalho, dos quais apenas quatro são estrangeiros. Pedro Carvalho disse que, à medida que as necessidades exigirem, mais jovens, sobretudo residentes, vão ser admitidos.

                
                                                                                                                  Jornal de Angola 

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