Escritor quer mais livros nacionais no estrangeiro
Por Manuel Albano
O escritor Luís Fernando considerou, sexta-feira, em Luanda, importante dinamizar as políticas de expansão e divulgação dos livros angolanos a nível internacional para os tornar mais conhecidos.
O escritor, que falava na apresentação da terceira edição de “A Saúde do Morto”, na União dos Escritores Angolanos (UEA), afirmou que o livro é também um meio para promover a cultura angolana pelo mundo, “mas tudo passa pelo dinamismo dos agentes culturais”, disse.
O autor encorajou a UEA a continuar a criar programas de incentivo e para o surgimento de novos talentos “na arte de escrever”. “Reeditei o livro devido à constante procura dos leitores e para
celebrar o décimo aniversário do seu lançamento, ocorrido em Setembro de 2002”, disse. “A Saúde do Morto” tem 201 páginas e traz a etiqueta da Mayamba Editora, cujo director, Arlindo Isabel
referiu que em três anos a editora publicou mais de cem títulos nos mais variados géneros literários.
Arlindo Isabel disse que “A Saúde do Morto” é, sem dúvida, o seu “romance mais celebrado”, já foi traduzido em Cuba e está a ser novamente em Espanha.
“É com orgulho que a Mayamba coloca em circulação a terceira edição do livro, que traz alguns detalhes novos escritos pelo autor”, disse. O livro foi apresentado por Laurindo Vieira,
director-geral do Instituto Superior do Serviço Social de Angola (ISSSA). Na cerimónia de apresentação do livro realizou-se um leilão das crónicas semanais do escritor Luís Fernando
publicadas na revista “Vida”, suplemento do jornal “O País”.
João Kyomba
A “Saúde do Morto” é, basicamente, um somatório alucinante de aventuras de uma personagem que deve a sua existência a um angolano real, que nasceu e viveu na cidade do Negage (Uíge). Quibabo na
“vida de verdade” deu lugar a João Kyomba na ficção, estando a narrativa preenchida de relatos inverosímeis acerca da capacidade que a figura de carne e osso tinha de vencer adversidades
extremas com recurso ao feitiço. O título da obra ficou a dever-se, segundo o autor, precisamente à genialidade de Quibabo - ao que se conta pelos lugares onde a sua fama se fez lenda - de
ressuscitar depois de um ritual suicida (deixava-se morrer para ressurgir depois) quando detido em celas da polícia política portuguesa, PIDE.
Luís Fernando nasceu no Uíge (Tomessa) em 1961. É jornalista desde os 17 anos de idade. Em 2009 foi admitido como membro da União de Escritores Angolanos (UEA), depois de dez anos a publicar
com regularidade. “Noventa Palavras” é o seu primeiro livro e data de 1999.
J.A