Escombros da guerra dão lugar a obras sociais
Por António Capitão
Os sinais de desenvolvimento na vila de Macocola, sede da comuna com o mesmo nome, a 200 quilómetros da cidade Uíge, substituem os da guerra da qual ninguém se quer recordar.
Administração Comunal e populçação de mãos dadas apostam em reconstruir a vila para finalmente poderem gozar de melhores condições e por isso há investimentos nos mais variados sectores e cresce o núemero de escolas, unidades sanitárias, lojas e casas sociais.
O jovem Miguel João confirmou ao Jornal de que “as condições de vida dos habitantes da comuna melhoraram significativamente desde 2002, com a conquista da paz”.
A estrada que liga Macocola à cidade do Uíge e passa por Sanza Pombo, Puri e Negage está totalmente reabilitada e o sinal de rádio é uma realidade, bem como o de uma operadora de telemóveis.
Miguel João quer esquecer a guerra e por isso lembrou de forma fugaz que “naquele tempo a vida em Macocola era muito difícil e não havia condições de circulação porque a estrada estava totalmente
destruídas e em alguns pontos interrompida devido às ravinas”.
Já com alegria espelhada nos olhos referiu que “hoje a situação é totalmente diferente” e que Governo Provincial tem instalado várias infra-estruturas, entre as quaios salientou escolas e
serviços de saúde, e que “os filhos da região também investem na terra”.
O governador da província, que recentemente visitou a vila para se inteirar da execução dos projectos realizados no âmbito dos programas de combate à pobreza, bem como dos serviços
municipalizados de saúde, disse que “a comuna de Macocola deve merecer atenção especial devido à localização estratégica” que facilita o desenvolvimento dos municípios de Quimbele, Buengas e da
sede municipal de Milunga. A comuna, salientou, está num ponto geográfico que permite o acesso à República Democrática do Congo com a qual nos próximos anos queremos reforçar as relações
comerciais.
Educação
A comuna tem 31 escolas, 11 das quais são já construção difinitiva, com aulas do primeiro e segundo ciclo, onde trabalham 270 professores e estudaram no último ano lectivo 5.830 alunos.
O número de escolas e de professores, afirmou o administrador comunal, é ainda insuficiente, tendo em conta que a maioria dos alunos estuda em salas improvisadas.
António Muteba garantiu que, “mesmo assim, grande parte das crianças e jovens estão inseridos no sistema de ensino”, mas que gostava que fosse construída uma escola com 24 salas de aulas para o
II ciclo do ensino secundário e mais primárias nas regedorias com maior concentração populacional.
O governador Paulo Pombolo anunciou que a Administração Municipal, no âmbito do programa de combate à pobreza, constroi no próximo ano mais salas porque “uma sociedade apenas se desenvolve com
pessoas formadas profissional e academicamente”.
Os recursos financeiros da Administração Municipal, disse, não permitem a construção de uma escola de 24 salas, pelo que a solução é construir em 2014 várias com pelo menos seis salas.
Saúde
A saúde é o sector que regsita mais debilidades. O único centro funciona numa casa arrendada, cujo proprietário já avisou que não renova o contrato de arrendamento com a Administração Municipal.
Além disso, a conuna não tem médico e há apenas 14 enfermeiros para mais de 25 mil habitantes.
O administrador salientou a importância de se instalar um centro de saúde, contruído de de raiz e devidamente equipado, bem como contratar dez enfermeiros e um médico especializado em clínica
geral.
Energia e água
O governador Paulo Pombolo prometeu que em 2014, ao abrigo do Programa de Investimentos Público, vai ser erguido um edifício onde vai ficar instalado o centro de saúde, pois é importante que uma
instituição pública “tenha infra-estruturas próprias”.
O sistema de captação e distribuição de água à vila de Macocola construído em 2010 deixou de funcionar há alguns meses devido a uma avaria e a que é fornecida não possui condições para o
consumo.
O administrador comunal afirmou ser urgente a identificação de outro local para a captação e a reparação ou substituição da Estação de Tratamento de Água (ETA), instalada em 2010.
“As senhoras e crianças percorrem longas distâncias para irem buscar água aos rios, que como não é tratada não deve ser consumida”, disse e sublinhou que “a situação pode provocar o aumento
de várias doenças na região”.
Agricultura e comércio
Paulo Pombolo deterninou que seja identificada outra fonte para a captação da água, anunciou a construção de um ramal para a transportar até a ETA e garantiu que os técnicos da Direcção
Provincial da Energia e águas vão tentar saber as causas da avaria nos equipamentos para a sua recuperação ou substituição.
Macocola tem um supermercado, várias lojas lojas e um mercado rural onde a população vende e compra produtos do campo e bens industriais. O administrador comunal disse ao Jornal de Angola que gostava que houvesse mais investimentos de empresários e melhor oferta de bens e serviços, pois Macocola é das comunas com maior potencial agrícola
na província.
Na comuna há 30 associações de camponeses que se dedicam ao cultivo da mandioca, feijão, banana, mandioca, inhame, pevide, gergelim e citrinos, mas a falta de incentivos, lamentou, tem impedido
melhor produção agrícola.
Os nossos camponeses, insistiu, nunca beneficiaram do crédito de campanha agrícola ou de outros incentivos institucionais que lhes possibilitavam desenvolver melhor a sua actividade. Assim, o que
produzem é praticamente para consumo próprio.
Centro cultural
O governador inaugurou na vila um centro cultural comunitário “para os jovens terem onde ocupar os tempos livres de forma útil”. O centro é constituído por uma sala de conferências para cem
pessoas, e outra de informática com 18 computadores ligados à Internet, o que permite aos habitantes da comuna contacto com novas tecnologias de comunicação e informação e adquirirem os
conhecimentos informáticos.
Paulo Pombolo também inaugurou duas casas T3, uma para o administrador comunal e a outra para o adjunto. A cada um dos administradores das comunas de Macocola, Massau, Macolo, Alto Zaza,
Kwango, Buenga Sul e Cuilo Cambozo entregou uma viatura.
Administração de Macocola entregou bens alimentares, equipamentos agrícolas e desportivos, vestuário, cobertores, produtos de higiene e chapas de zinco para as pessoas mais necessitadas. As
crianças receberam brinquedos.
O governador nesta deslocação a Macocola visitou as obras de reabilitação da estrada que liga a vila ao Quimbele, que estão em fase de conclusão. Faltam asfaltar apenas dez quilómetros, o que
deve ser feito em Janeiro.
J.A