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31 May

Eloy Aires Kudidia Laurindo desapareceu há quatro meses

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #Coisas e gentes da Damba

 

Por Isabel João

 

Família de Eloy Aires suspeita  de “mergulho” fatal

 

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 “...ele é um jovem calmo, se tivesse problemas com alguém iríamos saber ou alguém já teria chegado à nossa casa a reclamar...”  Eloy Aires Kudidia Laurindo é neto do patriarca Nolo Kudidia no bairro Zongo, na sede do município da Damba.

 

 

Quatro meses depois, continua o mistério sobre o desaparecimento de Eloy Aires Cudidia Laurindo, de 25 anos. O jovem foi visto pela última vez no dia 2 de Janeiro de 2013, numa das praias da ilha de Luanda. Segundo os familiares, o Comando Provincial da Polícia Nacional de Luanda nada sabe sobre o caso.

Quem estava com ele diz que Eloy desapareceu depois de mergulhar no mar, mas as buscas feitas por mergulhadores não encontraram rasto do jovem.

Amílca Laurindo, irmã da vítima, disse ao Novo Jornal que a família está preocupada com o silêncio das autoridades policiais e com o seu aparente desinteresse no desaparecimento de Eloy Aires. “No princípio, a polícia estava a colaborar com a família, mas depois de algum tempo, não sabemos porquê,
perderam o interesse no caso. A única coisa que nos dizem é que não têm informações”.

Questionado se o irmão tinha conflitos com alguém, a jovem respondeu que não. “Ele é um jovem calmo, se tivesse problemas com alguém nós iriamos saber, ou alguém já teria chegado à nossa casa a reclamar, mas isso nunca aconteceu”.

Segundo relato da irmã da vítima, no dia em que Eloy desapareceu sem deixar rasto estava na praia, na companhia dos familiares da esposa, que também não sabem dizer o que de concreto aconteceu. “Dizem que, depois do primeiro mergulho, já não o viram mais, mas o pessoal do restaurante nos deu
outra informação. Disseram-nos que o meu irmão estava sentado numa mesa sozinho e os três
estavam numa outra. Depois apareceram outros dois jovens na mesa onde estavam os três, o meu irmão disse a um jovem do restaurante a quem estava a pagar a conta que os dois jovens que se juntaram aos cunhados não prestavam. Passámos esta informação à polícia, mas nada foi feito. Nem procuraram saber junto dos três quem eram aqueles dois jovens”.

A família já procurou em todas as casas mortuárias, hospitais e esquadras policiais, mas ninguém sabe do paradeiro do Eloy Aires, o que aumenta o desespero dos familiares que já só acreditam no poder divino. A irmã do jovem recorda ainda que, no princípio, a família pensou que se tratava de um caso de afogamento. Mas com o passar do tempo, e após as buscas efectuadas por equipas de mergulhadores do corpo de bombeiros, chegaram à conclusão que se tratava de um caso de homicídio. Até porque se fosse afogamento o corpo já devia ter aparecido.

Segundo Amílca Laurindo, o que deixa a família mais desconfiada de que alguma coisa está mal nesta
história é o facto de os jovens que estavam com Eloy dizerem que o mesmo trajava um calção de praia,
supostamente adquirido no local. “Perguntámos onde estava a roupa dele e não conseguem mostrá-la.
Já no restaurante disseram que ele não usava calção de praia”, nota.

De acordo ainda com Amílca Laurindo, a família tomou conhecimento do desaparecimento de Eloy Aires por volta da meia-noite do dia 2 de Janeiro de 2013, enquanto que o registo policial refere que desapareceu às 17h00, conforme consta no processo que está na Direcção de Investigação de Luanda, com o nú-mero 150/13. “Então o vosso amigo desaparece e só avisam a família depois de várias horas?”, questiona o irmão, qualificando esta discrepância como um “absurdo”.

“Quando ligaram para dizer que o meu irmão estava desaparecido, eles todos já estavam em casa, porque é que não avisaram antes? Eles dizem que o meu irmão tomou banho, mas o pessoal do restaurante diz que não. O que se passou de concreto é a pergunta que queremos ver respondida”, insiste.

Outra razão que leva a família a desconfiar que os cunhados de Eloy são os principais suspeitos do desaparecimento do jovem é o facto de dizerem que as chaves do carro estavam amarradas ao calção do desaparecido. “Foi muito estranho, porque no mesmo dia fomos ver e não encontrámos o carro. Como é que o carro saiu do lugar se as chaves estavam com o Eloy?, questiona a irmã.

 

Eloy Aires desapareceu no dia 2 de Janeiro, na ilha de Luanda, quando estava na companhia de
familiares da esposa. Formado pela Universidade Independente de Angola, Eloy Aires é engenheiro de
construção civil na empresa “Pro Arq”. O jovem completa 26 anos este domingo, dia 26 de Maio.

É de lembrar que, até ao momento, as autoridades angolanas também desconhecem o paradeiro de
Milocas Pereira, que desapareceu em Junho de 2012. Informações apuradas pelo Novo Jornal dão
conta que não há registo de que a jornalista guineense saiu do país.

Na mesma situação encontra-se o caso dos dois jovens manifestantes que desapareceram em Março
do ano passado. A polícia diz estar a investigar o caso, mas a verdade é que até hoje ninguém sabe explicar o que aconteceu a Alves Kamulingue e a Isaías Cassuele.


                                                                                                                 Novo Jornal

 

 

Nota do blog: As imagens a seguir, captadas pela TV ZIMBO no dia 8 de Janeiro, está em contradição com o presente artigo. O mistério persiste!

 

 


 

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