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Portal da Damba e da História do Kongo

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Datas e factos de relevância internacional no Reino do Kongo

Publicado por Muana Damba activado 30 Diciembre 2013, 00:09am

Etiquetas: #História do Reino do Kongo

 

 

Por Dr. José Carlos de Oliveira


 

Jose Carlos de Oliveira l

 

 

 

 Para uma compreensão mais aprofundada das relações entre Portugal, Inglaterra, França e a Bélgica na África Austral será, para o nosso artigo, de primacial importância, registar alguns dados biográficos do administrador colonial britânico Henry “Harry” Hamilton Johnston (1858-1927) e do administrador colonial português João António de Brissac das Neves Ferreira (1846-1902), refira-se que hoje, uma boa parte destes dados podem ser consultados através da internet.

 

Sir Henry “Harry” Hamilton Johnston


Em 1882, Johnston acompanhou o Conde de Mayo, numa viagem de inspecção a Angola (naturalmente com a “permissão” do governo português). Embora constasse oficialmente que se tratava de uma expedição de caça. Logo de seguida, entre 1882/83 fez o percurso de Oeste para Sul, bem como em nova expedição tratou de fazer a cobertura geográfica do norte de Angola ao Congo terminando nos Camarões. Nesta altura conferenciou com Henry Stanley perto da foz do Congo.



 

Em 1884, uma vez apresentados em Inglaterra os respectivos relatórios ao primeiro-ministro Salisbury, foi chamado ao ministério dos Negócios Estrangeiros para discussões confidenciais sobre as actividades do rei Leopoldo da Bélgica no Congo. Logo de seguida seria nomeado Comissário de Sua Majestade a rainha Vitória.


Entre 1889-1896 Johnston, foi comissário de Sua Majestade, e nomeado cônsul-geral de Moçambique. Nos distritos de Niassa, criou o núcleo do Malawi moderno, articulando e dirigindo pessoalmente o desenvolvimento de energias britânicas nas regiões trans-zambeziana da África Central. Tudo isto em parceria com Cecil Rhodes e, posteriormente, com a ajuda de Alfred Sharpe, sucessor de Johnston e do primeiro governador da Niassalândia. Dirigiu superiormente a oposição dos chefes tradicionais contra a o avanço dos portugueses, negociando com estes posições chave. Em Outubro de 1886 o governo britânico nomeou-o vice-cônsul nos Camarões e no Níger, área do delta do rio, onde um protectorado tinha sido declarado em 1885. Tornou-se cônsul em 1887. De volta a Inglaterra em 1888, reuniu-se com Lorde Salisbury colaborando na formulação do estratégico plano inglês “Do Cabo ao Cairo” para adquirir uma faixa contínua de território em África. Para o efeito obteve a aprovação do primeiro-ministro Inglês.


Teve uma posição chave, nos acordos de delimitação das fronteiras belgas, alemãs e portuguesas. Para tanto sugeriu ao Rei Leopoldo II da Bélgica que aceitasse o geógrafo e missionário George Grenfell, como ministro plenipotenciário (agente diplomático munido de plenos poderes) para concretizar a delimitação das fronteiras entre o Estado Independente do Congo e a Angola Portuguesa. Este delicado acto diplomático demorou anos a realizar-se, foram necessários muitos ajustes que se prendiam com os veios de ricos minerais, tais como cobre, ouro e diamantes. As negociações com os potentados como por exemplo o Kiamvu, Muene Puto Kasongo, descendente da chefatura da Lunda não foram fáceis. Seguidamente reproduzirei o documento que atesta a veracidade do que deixo dito.


O Documento é prova irrefutável do manifesto acordo entre os governos Belga, Inglês e Português para a estratégia a delinear na Bacia Convencional do Rio Zaire

 

Garantiu que interesses britânicos fossem respeitados para além da Niassalândia a leste de Luapula-Mweru na Chiengi e do Rio Kalungwishi, na extremidade sul do lago Tanganica em Abercorn, o mesmo acontecendo em Fort Jameson, entre Moçambique e o vale Luangwa. Nessas negociações ajudou a criar e supervisionar a administração da Companhia Britânica da África do Sul no território que se tornou Nordeste Rodésia, a metade nordeste da Zâmbia de hoje.

 

De seguida mostrarei o o documento subscrito pelo major Cândido Sarmento, George Grenfell e Tl Gorin, que atesta o acordo entre o governo inglês, português e Belga. O Documento é prova irrefutável do manifesto acordo entre os governos Belga, Inglês e Português para a estratégia a delinear na Bacia Convencional do Rio Zaire.


Com estes documentos espero contribuir para a clarificação de alguma penumbra nos factos históricos relativos a esta época. É por isso muito importante uma pequena resenha biográfica de João António de Brissac das Neves Ferreira.


Documento extraído da Obra George Grenfell and the Congo

 

 

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