Damba, as razões do êxodo.
Por BRANQUIMA AFONSO KITUMA
Cada pessoa conhecida natural de Damba que me deparo com ele aqui em Luanda, quando lhe pergunto sobre o municipio, a resposta é sempre: JÁ NÃO ESTOU LÁ HÁ ......TEMPO ! E quando procuro saber mais, daí então, se escuta uma longa história com dados combinados: ora acusam a feitiçaria reinante, ora a falta de minimas condições para o desenvolvimento economico. Há mesmo quem foi longe em dizer que Damba é uma terra desprezada ! Por quem ? Não se responde a pergunta.
O que é evidente, o povo ainda residente actualmente na Damba, tem feito esforço de manter-se na zona e procurar melhorar as condições de vida, adquirindo meios como antenas parabólicas para captar sinais da TPA, as motorizadas para o transporte e desenvolver pequenos negócio no sentido de trazer as aldeias produtos da primeira necessidade e meios de trabalho.
A estrada Nacional está operacional, embora obras ainda não terminaram, faltando a colocação do tapete asfáltico. A falta de muitas oportunidades para o desenvolvimento como escolas, energia electrica, bancos, centros médicos nas localidades, e outras facilidades na resolução de questões sobretudo administrativas faz com que a vida seja díficil para aquela pessoa que anseia atingir patamar elevado no ambito do nível socio-sconomico de vida normal e profissional.
As antenas parabólicas adquiridas e intaladas pelos custos proprios de cada povo residente necessita de funcionar com apoio a gerador electrico à gasolina. E para conseguir o combustível a preço aceitavel, necessita-se deslocar mais de 40 km, exigindo mais custos onde não é fácil conseguir dinheiro. A própria televisão está ajudar as populações a tentar compreender as realidades de vida, pois estão em contacto com o mundo de notícias e de documentários.
Alguns que já conseguiram avaliar a situação mediante a comparação entre o modo de vida no campo com o da cidade, chegam sempre a escolher o abandono como solução para a descoberta do conforto nas cidades.
Mas essas, não são as únicas razões do abandono de Damba por algumas pessoas. Há também as acusações de feitiço ou feitiçaria cujo crimes não tem respaldo na lei. Comentários complicados são feitos quando falece alguém, e mesmo sem o falecimento, mas ligados a contaminação ou iniciação de crianças a kindoki (feitiço). Tem havido casos de supostas envenenamentos inserido na feitiçaria. Desses casos não presentes na nossa Lei por não ser possivel a apresentação de provas palpáveis e quase impossivel ao policia investigar, faz com que alguns desprotegidos abandonem o municipio e outros com intenção de regressar, ficam intimidados, aterrorizados, porconseguinte evitam regressar para se instalar livremente onde queira marcar residencia na sua terra natal.
Face a essa realidade, cada Musi Damba (natural ou filho de Damba ) deve necessàriamente questionar-se sobre o futuro do seu território ?
O que será de Damba sem pessoas ? Continuará Damba a ser seu, se for ocupado por outras pessoas que não são naturais ou originários dos povos de Damba ? Esperas primeiros ver as condições de vida reunidas para pensar em investir e marcar residencia no Damba ? Quém é que voce escolheu para tomar conta da tua terra, nessa altura que voce tem medo do feitiço e exige conforto ? Quém achas que deve encontrar soluções para o teu municipio ?
Ora, antes de dar continuidade a essa reflexão, ficam com a seguinte expressão: " quando era pobre usava folha no lugar da loiça; agora que conseguiste a loiça, não esqueces a folha ". Aqui a luz foi e sou obrigado a fechar, como prova de que até nas cidades também há problemas.