CONTACTO DE CULTURAS NO CONGO PORTUGUES (8)
CONTACTO DE CULTURAS
NO CONGO PORTUGUES
ACHEGAS PARA O SEU ESTUDO.
Por Dr MANUEL ALFREDO DE MORAIS MARTINS. (Administrador da Damba 1945-1953).
Habitação.
As habitações descritas pelos autores em que apoiamos em pouco diferem das que ainda hoje constituem a maioria em todo o Congo. São as mesmas cubatas de planta rectangular, feitas de paus espetados a um prumo, nos quis se apoia uma armação em forma de grade, feita de varas ou de canas de “madiadia” ( Pennissetum purpueum Shumach) ligadas por lianas e revestida de capim. A cobertura, de duas águas, é constituída por capim seco espalhado sobre uma estrutura de varas de palmeira bordão que se apoia nas paredes e num pau de fileira. Para que não seja levado pela ventania, seguram o capim por meio de varas ou canas colocadas longitudinalmente e presas por lianas àquela estrutura.
Eram e são de reduzidas dimensões e de pequeno pé-direito e possuíam apenas uma pequena abertura para serventia e para a entrada da luz. Algumas eram forradas interiormente com esteiras. No centro ardia durante toda a noite uma fogueira.
O recheio era pobríssimo; apenas existiam as esteiras que serviam de camas, cestos entrançados para o transporte e guarda de alimentos vegetais, cabaças para a água e vinho de palma e
algumas panelas de argila, algumas vezes ornamentadas. A técnica da olaria era simples, igual à usada actualmente. Amassavam a argila e à mão lhe davam a forma desejada; assim moldadas, eram as
vasilhas secas ao sol e envolvidas depois em capim seco a que deitavam fogo. Não ficavam totalmente cozidas, mas suficientemente resistentes.
As cubatas agrupavam-se em pequenas povoações, normalmente localizadas acerta distância dos caminhos principais, as quais eram circundadas por fortes sebes vivas, com pequenas entradas e formando algumas vezes complicados labirintos, para se defenderem das feras dos ataques dos inimigos. As sebes eram feitas quase sempre com estacas de “minguengue”, que pegam com muita facilidade. ( minguengue – Não conseguimos apurar o nome botânico desta árvore. É muito comum no Congo e usada ainda hoje para formar sebes e consolidar aterros. Produz um fruto do tamanho e cor das nêsperas, muito saboroso e aromático )
Em colaboração de João Garcia e Artur Méndes