Concurso público em causa no Uíge
Por Joaquim Júnior
O governador do Uíge, Paulo Pombolo, denunciou na segunda-feira a falta de transparência e organização nos concursos públicos realizados este ano, para a admissão de novos funcionários para os sectores da Educação e da Saúde.
Paulo Pombolo, que falava na
abertura da primeira sessão ordinária do Governo Provincial, afirmou que as comissões organizadoras dos concursos não cumpriram as recomendações e
critérios definidos pelos ministérios de tutela.
Na presença dos directores provinciais dos diferentes sectores e administradores municipais, Paulo Pombolo repudiou este comportamento e considerou a situação preocupante.
“Além dos critérios antecipadamente definidos pelos ministérios da Educação e da Saúde, reunimos com as comissões criadas para o
efeito, mas infelizmente criaram-se outros tipos de métodos que constituíram dificuldades,
permitindo que cidadãos com a 10ª classe fossem autorizados a participar no concurso, quando a lei não permite”,
disse.
Paulo Pombolo revelou que os procedimentos de depuração dos tipos de candidatos, entre os que apresentaram documentos falsos
ou incompletos, também, não
foram feitos antes da realização dos testes.
Para evitar a repetição deste tipo de situação, vão ser definidos “novos modelos de gestão dos concursos, que vão passar pela criação de
estruturas organizadoras integradas por quadros independentes ou pessoas não vinculadas,
por exemplo, aos sectores da
Educação e Saúde”.
“Podemos concluir que mais uma vez falhámos. Agora é preciso corrigir,
queremos pedir aos candidatos para compreenderem que as admissões dependem do número de vagas recebidas, que muitas
vezes são ínfimas e inscrevem-se muitos candidatos, por isso nunca será possível absorver
todos, o que significa que ficaram de fora um maior número de pessoas. Mas é
importante que haja justiça e transparência nos processos de admissão”, disse.No sector da saúde,
o governador deplorou a atitude desonesta de muitos funcionários. Paulo Pombolo disse que antes da realização dos
testes, os candidatos recebem propostas de admissão em troca dos seus
primeiros ordenados.
O governador referiu que o funcionamento do hospital provincial clama por uma maior intervenção de todos e anunciou, para breve, a realização de um debate aberto com todos os trabalhadores do hospital, durante dois dias, para serem analisados, de forma desapaixonada, sem medo nem receios, os problemas que impedem o normal funcionamento da instituição hospitalar.“Estamos a investir na reabilitação e ampliação da infra-estrutura hospitalar, com o objectivo de melhorar o atendimento dos pacientes e trabalhadores.
Mas de nada vale o esforço, se não mudarmos a mentalidade dos agentes de saúde que prestam serviços no referido hospital”, lembrou.