Centro de formação agrícola no Negage
À semelhança de Camabatela,
os jovens de Negage, cidade que fica a cerca de 30 minutos de viagem, enfrentam os problemas mas com menor intensidade, dada a extensão daquela região que, em tempos idos, foi um ponto
estratégico nas movimentações militares, durante o conflito armado. Um dos seus pontos fortes é a base aérea, por onde passaram variados técnicos que hoje colaboram, com os seus conhecimentos, na
aviação civil nacional.
O sector económico está a ser, de alguma forma, dinamizado pelo projecto de desenvolvimento agropecuário na região, implantado há dois anos pela empresa Israelita ligada ao grupo Mitrelli. São
ali produzidos seis milhões de ovos por ano, 1.500 toneladas de milho, 150 toneladas de feijão, mil toneladas de mandioca e mil cabeças de bois são também tratadas naquele empreendimento.
A empresa contém infraestruturas modernas, tais como uma escola, com capacidade para absorver mais de 100 alunos em formação técnica especializada na gestão de diversos serviços agropecuários.
Quinze mil poedeiras para criaçãode frangos e produção de ovos, um sector de empacotamento e venda de frutas, parte administrativa e residencial, loja e centro veterinário fazem daquele lugar um
espaço que contribui para o desenvolvimento local.
Para além de mais de 200 jovens da região terem obtido o seu primeiro emprego, a existência de
um centro de formação agrícola, que permitirá ao agricultor local aumentar os seus conhecimentos
sobre a produção de alimentos, é o ponto que os natos da região consideram positivo já que, segundo eles, “não há muito para fazer, no Negage”.
Negage, por dentro, é considerada uma zona onde predomina a população de média e baixa renda. A movimentação campo/cidade reflecte a actividade que está no topo, visto que a agricultura comanda a
necessidade laboral de muitos munícipes daquela parcela da província do Uíge.
Grande parte dos jovens, na ânsia de maior conhecimento para dali tirar proveito em busca de uma
vida melhor, desloca-se a Luanda. O objectivo é ingressarem em escolas do ensino médio ou faculdades, alguns dos quais, depois de criarem raízes na capital do país, optam por não regressar já que
“as oportunidades numa vila como aquela são muito reduzidas”, confessa o jovem Cândido Mazuze, natural do Negage, mas que reside em Luanda, onde dá continuidade aos seus estudos.
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