Catapa precisa de energia e posto de saúde
Por Joaquim Júnior

O soba do bairro Catapa, município do Uíge, David da Silva, mostrou-se preocupado com a falta de energia eléctrica pública e domiciliar e de posto médico para atender a população.
A falta de iluminação pública cria grandes dificuldades às pessoas, tanto para a conservação de bens alimentares como para a própria segurança, enquanto a ausência dos serviços de saúde obriga à deslocação dos doentes até ao Hospital Geral do Uíge.
“Precisamos da construção urgente de uma unidade de saúde para evitar que os moradores do bairro se dirijam ao hospital da cidade para serem tratados, mesmo em caso de pequenas complicações”,
defendeu.
David da Silva referiu que no Catapa existem alguns postos privados, mas praticam preços demasiado elevados para as possibilidades da população, maioritariamente camponesa. “As pessoas não têm
dinheiro que chegue para comprar medicamentos e pagar o tratamento”, explicou o soba.
Às escuras
Por falta de energia os moradores da Catapa recolhem mais cedo às suas residências, com receio de serem assaltadas por meliantes, revelou a Cristina Miranda que ali reside. “Ficamos com
receio de circular à noite, pois as ruas ficam muito escuras e podemos ser assaltados a qualquer altura”, disse, acrescentando que, para manter as casas iluminadas, as pessoas recorrem cada vez
mais a velas, candeeiros e geradores.
Mbiavanga Osvaldo, morador do bloco 4, contou que já foi vítima de assalto no seu pequeno salão de beleza, quando se preparava para encerrar o estabelecimento ao fim da tarde. “O bairro fica
muito escuro à noite e os meliantes aproveitam o momento para fazerem das suas”, explicou.
O soba do bairro reconhece a gravidade da situação e disse que recebe as críticas da população pela falta de iluminação pública, mas pede compreensão, pois existem contactos com as autoridades
sobre a necessidade da colocação da rede eléctrica.
“O sobado tem mantido contactos com as entidades de direito e só elas sabem quando vão colocar aqui a energia eléctrica, que tanta falta nos faz”, sublinhou. Os moradores do bairro Catapa têm
água potável a partir de dois chafarizes que recebem água de furos artesianos e garantem a produção diária de dez mil litros cúbicos.
“O sistema de água está em funcionamento, temos um chafariz no quarteirão número três do bairro Catapa e o outro no quarteirão quatro”, adiantou Daniel Victor, responsável do bloco três, que
lamentou a avaria registada recentemente num dos tanques, provocando a redução de dez para cinco mil litros cúbicos de produção de água por dia.
“Verifica-se nesta altura alguma enchente no único fontenário em funcionamento no bairro, mas como o equipamento possui dez torneiras não há grandes constrangimentos”, sublinhou Daniel
Victor.
Mercado da feira
O mercado da feira, localizado no bairro Catapa, um dos maiores da cidade do Uíge, tem falta de latrinas, pondo em perigo a saúde dos vendedores e compradores.
Segundo o secretário da comissão de vendedores, Miguel Manuel, no mercado, que alberga mais de dois mil vendedores de bens industriais, vestuário, materiais de construção, frescos, acessórios
de viaturas e motorizadas e outros bens, a manutenção de higiene está garantida, mas é dificultada pela ausência de latrinas.
Os vendedores do mercado aguardam, entretanto, pelo fornecimento de energia eléctrica, água, melhoria dos acessos, assim como pela conclusão das suas infra-estruturas, cujas obras estão
paralisadas há já algum tempo, por razões desconhecidas. A comissão de vendedores do Mercado da Feira, em colaboração com os serviços comunitários da Administração Municipal do Uíge, arrecada,
com a cobrança de impostos, entre 20 a 30 mil kwanzas.
A recolha de lixo no bairro Catapa melhorou consideravelmente, desde que a Engivia foi contratada pela Administração Municipal do Uíge, onde estão em curso diversas acções de impacto social,
para melhorar o nível de vida da população.
J. A