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24 Apr

Batalha da Damba (3)

Publicado por Nkemo Sabay  - Etiquetas:  #Fragmentos históricos da Damba

 

Por José Neves Ferreira.


poi


ATAQUES DA UPA À DAMBA EM 1961.

 

A torre de controlo da pista de aviação.

A torre do Campo de aviação, cujas as aldeias que se situavam em paralelo, estavam a arder nos dias da batalha.

 


O primeiro ataque à Damba feito pelas hordas comandadas pela Upa foi, salvo o erro, em 17 de Abril de1961.

 

À medida que se foi conhecendo o que se passara no Quitexe e noutros lugares atacados, foram-se tomando certas medidas para o caso de acontecer na Damba um fenómeno do mesmo jaez. Assim, as mulheres e crianças foram evacuadas para Luanda e os homens ocuparam a residência do Administrador de Concelho, como reduto defensivo, por ser nessa época o único edifício com primeiro andar e com varanda ampla nos dois pisos, quase a toda a volta da casa. Do mesmo modo os Padres da Missão Católica concentram-se com a sua gente (catequistas, alunos e as famílias destes) na Igreja da Vila.

 

Foi nesse primeiro ataque que Joaquim Aleixo e Carlos Alberto, dois crioulos naturais do Kuanza Norte (se não me engano), numa acção em que muitos arriscaram a própria vida, resgataram a Bandeira portuguesa que o inimigo tinha apanhado.

 

A Damba sofreu cinco ataques. No primeiro só havia civis na defesa. No 2º, 3, e 4º -- havia já cerca de dez soldados da tropa de Angola e mais tarde alguns membros da polícia da Força Aérea. Entrementes, numa tarde, aparece um avião a” despejar” um grupo de pára-quedistas, porém logo na manhã seguinte vieram buscá-los, por via aérea, para irem acudir ao Bungo que estava cercado pelo inimigo. No quinto ataque que se deu a 31 de Maio de 1961, já se encontrava estacionado na Damba o Batalhão 88.

 

Entre o 2º e o 3º ou entre o 3º e o 4º (não consegui esclarecer bem isto ), alguns soldados e civis foram de carrinha, um tanto irresponsavelmente, “dar uma volta” pela estrada de Maquela, até a um antigo Posto Experimental Veterinária ( que nessa altura estava desactivado, e as suas instalações serviam então de apoio ao Hospital a Damba) e que distava 5 Kms da Vila. Ao regressarem e depois de atravessarem o rio Lueka, foram emboscados e morreu um soldado baleado com um tiro na base do pescoço. Em consequência disto, alguns civis e militares foram de opinião que se queimassem algumas sanzalas porque estas podiam muito bem esconder grupos que fizeram a emboscada. Mas a maioria não estava de acordo. Houve discussões. E um antigo comerciante da Damba, de nome Nicolau Francisco, muito prestigiado no meio, conseguiu com os seus argumentos que a ideia de queimar sanzalas não fosse avante.

 

Mais tarde, quando da visita do Ministro do Ultramar, Professor Adriano Moreira, um militar que vinha na comitiva, reparando na sanzala que havia ao lado da estrada paralela ao campo de aviação, dirigiu-se à população que os foi esperar e disse mais ou menos isto: - “ Então vocês têm aqui uma sanzala abandonada que pode muito bem acoitar o inimigo e ainda não a queimam? Que é que estão à espera? “

 

Pouco depois as cubatas dessa sanzala estavam a arder…

 

-- Este documento baseia-se em informações obtidas, em várias fases da vida do autor , de

pessoas que viveram todos estes acontecimentos. Um dos informadores que saliento, por mais vezes ter ocorrido a ele, é José Justino Martins Caiado –

 

( 2011 – 04 – 16)

 

 

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