Baptismo de caloiros na cidade do Uíge
Publicado por Muana Damba - Etiquetas: #Notícias do Uíge
Por António Capitão e Joaquim Júnior | Uíge
Fotografia: Jornal de Angola
Os 2.950 estudantes admitidos este ano nas instituições do ensino superior do Uíge prometeram, na tradicional cerimónia de “Baptismo de Caloiros”, no átrio das novas instalações da Universidade Kimpa Vita, maior empenho e dedicação aos estudos para contribuírem no desenvolvimento do país.
Os 2.950 estudantes admitidos este ano nas instituições do ensino superior do Uíge prometeram, na tradicional cerimónia de “Baptismo de Caloiros”, no átrio das novas instalações da Universidade Kimpa Vita, maior empenho e dedicação aos estudos para contribuírem no desenvolvimento do país.
A Universidade Kimpa Vita absorveu o maior número de estudantes novos, 1.570, matriculados na Escola Superior Politécnica do Uíge (ESPU), onde são administrados os cursos de Contabilidade e
Gestão, Engenharia Informática, Economia, Enfermagem e Engenharia Agrária, e na Faculdade de Direito.
Com o aumento do número de alunos, a comunidade estudantil da Kimpa Vita está agora contabilizada em 4.561. O processo de ensino é assegurado por 137 docentes, entre nacionais e estrangeiros,
instruídos na adopção de atitudes inovadoras e rigor científico, para o alcance de um ensino de excelência.
O reitor da instituição, Carlos Diakanamua, garantiu que a universidade aposta na promoção de um ensino de qualidade na região, para que os seus alunos sejam capazes, um dia mais tarde, de
intervir e dar solução aos vários problemas socioeconómicos do país, ao lado de académicos formados noutras universidades públicas e privadas do país e do mundo.
“Estamos voltados para a melhoria da qualidade de ensino nas nossas unidades orgânicas”, frisou o reitor, para quem a tão almejada qualidade só pode ser atingida através da promoção de acções
de formação dos docentes, destinadas a elevar as suas agregações pedagógicas, seminários, colóquios e conferências nacionais e internacionais. “Vamos também apostar na formação nos graus de
pós-graduação, mestrados e doutoramentos do nosso corpo docente”, anunciou.
O reitor destacou o contributo nos domínios sociais e económicos para as províncias que fazem parte da VII Região Académica (Uíge e Kuanza-Norte) e afirmou que as conquistas nestes sectores
são visíveis, apontando a aproximação da universidade ao mercado de trabalho, como a principal linha estratégica da instituição.
“O reforço das relações com as comunidades locais e com o sector empresarial, através de uma atitude pró-activa de participação e colaboração, tem garantido benefícios recíprocos”, realçou.
A instituição aposta também na edificação de uma universidade inovadora e cada vez mais próxima da comunidade, e na construção de uma “pirâmide de quadros”, acção que passa pela contínua
contratação de docentes catedráticos estrangeiros para a aplicação do “Projecto Conexão Docente. “Vamos equipar melhor os laboratórios e as bibliotecas das unidades orgânicas. A
investigação científica vai ser uma prioridade no reforço da nossa capacidade institucional de cooperação com outras universidades internacionais”, referiu.
O governador do Uíge reiterou o compromisso do Executivo em continuar a desenvolver esforços que garantam a solução das preocupações das instituições do ensino superior na província.
Paulo Pombolo afirmou que os cursos existentes nas instituições de ensino superior locais vão servir de base para a existência de profissionais capazes de assegurar o funcionamento dos novos
meios tecnológicos instalados na região, como nas minas de cobre de Mavoyo, em Maquela do Zombo, manutenção dos sistemas de abastecimento de água e energia eléctrica, construção de estradas,
entre outros.
Caloiros satisfeitos
Jorge Agostinho, paralítico de nascença, quebrou as barreiras do estigma e preconceito em relação às pessoas portadoras de deficiências físicas.
O jovem, que foi o primeiro a receber a saudação do governador Paulo Pombolo, durante a cerimónia de abertura do novo ano académico na região, matriculou-se na Faculdade de Direito depois de
enfrentar e dominar as questões contidas no rigoroso teste de aptidão, realizado pela referida instituição académica. O caloiro prometeu aplicar-se na concretização dos seus objectivos e
afirmou que pretende ser advogado para defender as pessoas injustiçadas e todas aquelas que enfrentam dificuldades financeiras para contratarem um defensor, quando estiverem em conflito com a
lei.
“Quero realizar um sonho de criança. Quero ser advogado para defender os direitos das pessoas, porque acredito na justiça como sendo o poder de aplicar as leis de acordo com os direitos de
cada indivíduo”, afirmou.
Engrácia André Augusto é outra jovem que ingressou na Universidade Kimpa Vita e pretende formar-se em Contabilidade e Gestão. Apaixonada pelo curso, disse que carrega consigo há muitos anos
uma intensa vontade de se formar em Gestão, por acreditar que o curso é a chave para o sucesso na organização das instituições públicas e privadas.
“Ainda existe no país um défice muito grande de gestores com formação e qualificação superior nesta área. Muitos desempenham cargos de direcção e decisão e gerem determinadas organizações de
forma empírica. Quero contribuir para a melhoria do funcionamento das instituições públicas e privadas”, salientou.
Luísa Anacleto lutou por uma vaga no curso de Pedagogia do Instituto Superior de Ciências de Educação local, porque defende a existência de professores com conhecimentos sólidos em matéria de
Pedagogia, que possam garantir melhor interacção entre docentes e alunos nas escolas. “Felizmente, consegui. Realizei parte do meu sonho e agora vou lutar para conseguir alcançar o grau
de licenciatura”, concluiu.
Formação de professores
O Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Uíge admitiu 1.380 estudantes, distribuídos pelos cursos de Matemática, Pedagogia, Psicologia, Geografia, História, Filosofia,
Biologia, Física, Química, Português, Francês e Inglês.
O director-geral da instituição, Siro Caetano de Sousa, afirmou que o ISCED do Uíge tem como missão formar professores, investigar e ajudar a encontrar soluções para os problemas relacionados
com a educação na região. “Apostamos na formação de quadros que possam assegurar e melhorar o processo de ensino e aprendizagem na província, em particular, e no país, em geral”, disse.
O número de jovens interessados em frequentar o ensino superior na instituição que dirige é cada vez maior, mas a insuficiência de salas e o reduzido número de docentes inviabiliza o processo
de inserção de mais estudantes.
No ano passado, 158 alunos concluíram a sua licenciatura, em Psicologia, Pedagogia, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Filosofia, e Línguas (Português, Inglês e
Francês). Os novos diplomados fazem parte de um universo de 4.834 estudantes matriculados em 2012. Deste número, 2.856 transitaram de ano, 1.769 reprovaram e 209 desistiram das aulas.
O instituto tem 115 professares, dos quais 17 estrangeiros e 97 nacionais, mas o seu normal funcionamento necessita de pelo menos 360 novos docentes. Para este ano lectivo, tem mais de seis
mil alunos matriculados.