Babantu[1]-E a vida renasce ( a morte e a vida traduzem-se em renascer).
Por José Carlos de Oliveira "Mbuta Divela"
Em todas as sociedades da África tradicional ainda persistem momentos determinantes na vida das suas populações rurais. Um protocolo rigoroso impõem os ritos de iniciação ou de passagem. Essas cerimónias, representam momentos inesquecíveis de uma transição particular para o indivíduo e igual-mente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual se vai socializando e enculturando, traduzindo-se na relação entre o cunho individual e o colectivo. A primeira dessas cerimónias ainda é praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento
A morte e a vida são, nas civilizações africanas tradicionais, momentos intrinsecamente interligados: os gestos quotidianos, os provérbios, os mitos, as estruturas sociais, os grandes atos cerimoniais testemunham-no continuamente. A sequência fundamental vida-morte-nascimento é a mensagem das imponentes danças rituais das chamadas sociedade iniciáticas que, atravêz da morte ritual, fazem renascer um novo " destino" do ser humano.
Impressionantes aos olhos dos ocidentais, os rituais de iniciação encerram em si valores culturais ancestrais, com se reunissem em poucos gestos tudo quanto os povos pensam sobre a vida e o mundo que os rodeia, as relações entre os membros da mesma sociedade e das sociedades exteriores, o homem e as forças da natureza. No centro de todas as práticas iniciáticas estão os mais novos, sobre eles recaem as atenções da comunidade no momento de maior significado de todos os ritos. Estudiosos da matéria etnológica os italianos Ângelo e Alfredo Castiglioni correram mundo na tentativa de documentarem a vida de populações mais primitivas sob aquela perspectivas. As imagens que “Homem Magazine” revela nestas páginas foram recolhidas no Álbum “Babantudé” daqueles autores que explica a cadeia de vida segundo algumas populações africanas, desde a pré natalidade ao nascimento dos filhos, passando pelo nascimento, primeira infância e adolescência, aos rituais de puberdade e de iniciação.
[1] No Kikongo, a língua Kongo fará sentido Babantu ou seja: “a vida do nosso povo”