A proliferação de seitas fragiliza a sociedade - Bispo do Uíge.
Por David Filipe.
A proliferação de seitas não preocupa os católicos na Província do Uíge?
Isto preocupa não só a Igreja Católica, como toda a sociedade. É um fenómeno a que vamos assistindo com uma certa intensidade na história. Desde os anos 90 começaram a proliferar as seitas. Isso fragiliza a sociedade, cria outros contornos e depois, à vezes muitas situações do género minam as próprias famílias.
Porque?
Há família que se dividem por causa de um determinado credo religioso criado pelas seitas. É uma preocupaçâo nossa, e nós, como a igreja católica, sem querermos criar uma certa exonofobia por outras seitas, vamos preparando os nossos fiéis, para não se deixar levar fàcilmente pelas seitas.
E o governo tem-no feito?
Num dos encontros que tivemos, falou-se que está na lista de espera um certo número de seitas para serem recenseadas, isto alarma o governo. Nós fizemos duas grandes distinções: As seitas de cariz africano, nascido em África e das oruindas da América e a Europa. A minha grande pena é que muitas dessas seitas vão atrás de lucros, por causa disto jogam com as pessoas.
Os milagres existem?
Eu tenho as minhas dúvidas porque nunca vi milagres destes grandes profetas. Gosto de ser céptico. Nunca vi e muita genta sabe que não é verdade.
O problema do feitíço é muito preocupante nesta província . O Sr. Bispo tem conhecimentos destes casos?
É um problema de toda a África, para não dizer do mundo, porque uns chamam magia branca e outros magia negra, muitas vezes há acusações falsas que só destrõem famílias.
A província do Uíje tem registado casos de intolerância política?
Há dois ou três anos que eu não escuto falar de problemas de intolerância política. Há um certo tempo surgiram alguns casos, havia outros em que eu tinha de intervir e chamar a atenção os
primeiros
secretários do partido. De lá para cá não tem havido problemas. Não falta aquilo que nós chamamos
provocações, isso sempre vai existir e espero que este ano, à medida que nos vamos aproximar das
eleições, não venham a acontecer essas provocações. Nós não temos casos de intolerância política, es-
tes problemas acontecem no Huambo, Benguela e Luanda.
A extenção do sinal da rádio eclesia a nível nacional è preocupação dos católicos da províncis do Uíge?
Eu comento com uma frase muito curtinha: Está para beve.
O Novo Jornal