A produção de café, as verbas têm sido insuficientes. (2)
Por Estevão Martins
O presidente da Associação Industrial Angolana (AIA), José Severino, asseverou ao Expansão que o Executivo tem de ter objectivos e criar programas concretos para o sector, a fim de manter e aumentar a produção de café no País.
No seu ponto de vista, para se incrementar a produção do bago vermelho, “temos de ser muito mais agressivos, dando inclusive incentivos aos comerciantes, produtores e às cooperativas
organizadas”.
José Severino assinalou ainda que a estipulação de um preço justo do café é um factor estimulador da produção. Por outro lado, o Executivo deve equacionar programas para assegurar a força de
trabalho com contratos de trabalho justos. Os valores que o INCA prevê aplicar para este ano na produção
(5 000 000 USD) não satisfazem o sector. “Temos seis províncias produtoras de café robusta, designadamente Cabinda, Zaire, Uíge, Bengo, Kwanzas Norte e Sul, e quatro de café arábica (Bié, Huambo,
Huíla e Benguela) e com os valores mencionados é como uma gota de água no oceano.”
O responsável máximo da AIA considerou, por outro lado, que o valor nem corresponde às expectativas de milhares de proprietários de fazendas produtoras. Para José Severino, o exemplo técnico do
Vietname na produção de café devia encorajar os responsáveis nacionais no sentido de desenvolver
a cultura mecanizada de café no País.
“Vários países africanos têm nos programas daquele país asiático uma referência e base para a realização de trocas de experiências entre ambos os países. A nossa realidade é diferente e parece
que continuamos pouco ambiciosos”, revelou. Aquele empresário opinou que o País está a aplicar valores exorbitantes na construção de recintos para albergar o mundial de hóquei em patins, quando
os investimentos dos últimos 12 anos no sector do café, que representa uma mais-valia para a economia nacional, são inferiores. José Severino concluiu que a única coerência tem que ver com o
valor atribuído para a investigação (1 000 000 USD).
Expansão
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