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21 Jan

21 de Janeiro de 1976 - Entrada triunfal do MPLA na Damba.

Publicado por Muana Damba  - Etiquetas:  #Fragmentos históricos da Damba

 

Por Sebastião Kupessa.

 

Minha foto 3

 

 

Hoje é o 36° aniversário da "libertação" do ex - Concelho da Administração ( Município ) da Damba, pelas extintas FAPLA's (Força Armada Popular da Libertação de Angola), o antigo braço armado do MPLA.

 

De 25 de Abril de 1974 até a esta data, Damba conheceu a presença dos exércitos de três paises, Portugal, Zaire e Cuba, sem esquecer os três movimentos de libertação de Angola, que, cada, tinha os seus respectivos guerrilheiros, estacionados neste território da provincia do Uíge, nos primeiros meses  depois da assinatura de acordos de Alvor. E a presença dos mercenários de várias nacionalidades, contractados pela FNLA, comandado por um americano de origem cipriota, o célebre Callan.

 

Em represália do que estava acontecer em Luanda, em princípios do ano 1975, em que a FNLA foi expulsa, a delegação do MPLA na província do Uíge, dirigida pelo o histórico do Movimento, Massunga Kota "Papa" e o seu adjunto, Luís Filipe, antigo Diretor do INABE (Instututo Naciona de Bolsas de Estudo), foi obrigada abandonar a província cafeícola, considerada neste tempo como baluarte da FNLA. E, lògicamente, as representações do MPLA nos municípios pertencente a esta província do norte de Angola, desapareceram na natureza, como no caso da Damba. Também foi neste periodo em que os portugueses, por não se sentirem em segurança, começaram abandonar Damba, deixando as suas casas e seus bens aos homens de confiança, nativos da região.

 

Apartir de Abril, como em toda Angola, o governo da transição já não funcionava mais. A FNLA, passa a dirigir Damba, que neste preciso tempo não tinha tropa suficiente, mas vai recrutar  e armar os mancebos, o que vai constituir o essencial da sua tropa. Em Setembro, Damba vai assistir a presença ou passagem da tropa da FNLA bem armada vinda de Kinkuzu, no Zaire, acompanhada de elementos da tropa daquele país visinho, com blindados e peças de morteiros, dispostos a conquistar Luanda pela força.

 

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                        Tropas zairenses e alguns mercenários feitos prisineiros no Kifangondo.

 

Como se sabe, esta progressão não chegou ao objectivo, a batalha de Kifangondo foi determinante e evitou que Holden Roberto tomasse o poder em Luanda. Depois da derrota, os elementos do exército zairense que acompanhavam a ELNA, abondanarm o campo da batalha e só tinha um objectivo: encontrar a fronteira para escapar a fúria das FAPLAS ajudadas pelos cubanos. Na sua fuga precipitada,  os militares zairenses mostraram o que sabiam fazer na realidade: a pilhagem e o roubo. Com efeito, na sua passagem regressiva, os zairenses pilhavam e roubavam não só os bens deixados pelos portugueses, mais também o gado e bens dos nativos, que levaram ao seu país. Assim na Damba, em fins de Novembro, a vila  foi saqueada pelos zairenses, daquilo que eles chamaram de "Sabotage", o que obrigou muitos habitantes refugiar-se nas matas com seus bens electro-domestícos, viaturas, etc.

 

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                                       Tropas do ELNA no Kinkuzu.(imagem de fnla.net)

 

Depois do Kifangonndo, as tropas do MPLA vão ocupar os pontos essenciais de todo o noroeste angolano quase sem combater, com a excepção do Negage. Vindo de Camabatela, esta cidade é a primeira da provincia do Uíge e tem um aeroporto estratégico. Negage contava ainda com a  tropa frustrada do ELNA, dispoto a combater. Estes vão oferecer uma desesprada resistência. A primeira coluna das Faplas que tenta penetrar no Negage é massacrada pelos ex-maquisards da FNLA, obrigando as tropas do MPLA a recuar. Mas dias depois, a  artilharia fará diferença, as Faplas ocupam o aeroporto do Negage, estamos na semana do Natal de 1975, abrindo assim o caminho para a cidade de Carmona, que será ocupada no dia 4 de Janeiro de 1976, sem combates. Tropas do ELNA que resistiram no Negage, recuaram e dispersaram-se, muitos refugiaram nas matas de Capuku, Quitexe, Songo, Kimbele, Nsoso, etc, onde vão continuar fazer a resistência por longos anos.

 

Com a ocupação de Carmona, rebatizada cidade do Uíge, o MPLA vai reconstituir o que era (ainda é) a sua primeira Região Política Militar, enviando para lá, sua brigada de elite, a toda primeira brigada constituida das Faplas, fundada no dia 1 de Agosto de 1974. Esta brigada será enviada para ocupar Damba. Para evitar a surpresa do Negage, a ocupação da Damba será bem preparada. Nos dias que precederam a ocupação, um helicóptero de modelo Allouette, sobrevoava Damba, em reconhecimento. Mas no Nsoso o engenho militar foi alvejado. O que não vai evitar a ocupação do ex-Posto do 31 de Janeiro,  uma semana antes da Damba.

 

Na realidade, depois do Negage, a FNLA,  já havia desertado Damba e outros muncípios. Os que estavam fazer barulho, eram macebos recrutas abandonados.

 

Na manhã do dia 21 de Janeiro de 1976, as Faplas já estavam na aldeia Kinsakala, dista apenas de 5 Km da vila da Damba. Duas colunas saiem de lá em direição à vila da Damba. Uma coluna desce na vale de Lusenga, deixando as regedorias de Luzuanda à direita e de Mabubu e Kinkosi à esquerda, contorna Kisanga e entra no Kinteka, vai posicionar-se em paralelo a vila da Damba, perto da Moagem de Café Pires e irmãos. Outra coluna segue a vale de Kaku, onde nasce o rio Luvú, deixando o bairro Zongo, a pista de aviação, o bairro Ngola Nova e os eucaliptos da Missão a direita e tomam posição no Bairro Kinzenze e na ex-Granja do Concelho. Ao meio dia, a coluna central, acompanhada de blindados de assalto, avança lentamente, passando Mbanza Mabubu, Kinkosi , bairro da Missão e finalmente chegam na entrada da vila, no cruzamento do caminho de Kinteka, e disparam com armas ligeiras, sem resposta, entram sem combater e são recebidos em triunfo pela população da Damba.

 

Assim Damba será escolhida para acolher a primeira brigada das Faplas, reforçada de um Batalhão de luta contra bandido (LCB), estacionado no Nsoso e de uma companhia anti-aérea posicionado na pista de Aviação no Mbanza Mabubu. O maior disposivo militar jamais estacionada na Damba em toda a sua história.

 

 

 


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