Na realidade as festas da Damba deveriam ser "uma demonstração pública de alegria".
Por Miguel Kiame
Ocupando a Vila graciosa um lugar peculiar no meu coração, não admira que hoje tenha sonhado com uma festa de arromba para o meu Município, na proporção da dedicação e paixão que nutro por aquela parcela de terra circunscrita nos marcos que vão do 31 de Janeiro ao Pete Cusso e do Camatambo à Lemboa, tendo como epicentro, a vila graciosa, a Damba.
O móbil do meu sonho está associado à celebração de um acontecimento que não deixa nenhum mindamba de gema indiferente: trata-se do aniversário da vila da Damba que na vida real deveria ser condição necessária e suficiente para uma demonstração pública de alegria. Porém, desperto do sonho e constato que não me encontro no meu bairro do Kinzenze e a confirmação reforçando tal facto foi a ausência do chilrear dos passarinhos do meu quintal que matinalmente se encarregam se me proporcionar aquela majestosa sinfonia que, em primeira instância, me embala e, acto contínuo, me faz erguar da cama novinho em folha, como uma rosa em botão.
A tal festa de arromba do meu sonho não passou de uma quimera. Como gostaria que fosse verdade!
Se fosse verdade a Damba, em toda a sua extensão, estaria seguramente em festa;
Se fosse verdade a Damba estaria reconciliada com os seus filhos dispersos pela Angola e Mundo fora e não seria uma velha acabada e abandonada;
Se fosse verdade a Damba não registaria até hoje, os sinais de devastação e degradação do seu parco parque infraestrutural;
Se fosse verdade a minha gente pulalaria possesa de alegria e satisfação pelas artérias da vila e das aldeias;
Se fosse verdade aqueles meninos que galgam diariamente dezenas de Km a pé para irem à Escola teriam transporte colectivo à sua mercê;
Se fosse verdade a Saúde não estaria tão enferma e tão depauperada como se encontra. - Ó Dr. Paulo, porque nos abandonastes?
Se fosse verdade, energia e água, bens de primeiríssima necessidade jamais fariam parte de vãs promessas;
Se fosse verdade, estar agora na Lemboa significaria estar uma ou duas horas depois no Camatambo ou no Pete Cusso.
Então, estará a Damba em festa ou estou eu em permanente actividade onírica?