Fiéis católicos recordam figura de Dom Afonso Nteka 25 anos depois
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Mbanza Congo - A vida e obra do primeiro bispo da Diocese de Mbanza Congo, Dom Afonso Nteka, falecido a 10 de Agosto de 1991, na vila fronteiriça do Nóqui, província do Zaire, foram nesta quarta-feira relembradas pelos fiéis católicos e pelas autoridades governamentais locais.
Para o efeito, foi realizada no edifício número dois do Governo Provincial uma cerimónia de homenagem a esta figura da igreja católica, cujo acto contou também com a presença do governador José Joanes André, magistrados, representantes de partidos políticos e fiéis de diversas denominações religiosas.
Na sua intervenção, o actual bispo da Diocese de Mbanza Congo, Dom Vicente Carlos Kiaziku, enalteceu as qualidades humanas e religiosas do primeiro representante da igreja católica nesta histórica cidade, que morreu vítima de um trágico acidente de aviação, na vila do Nóqui.
“Dom Afonso Nteka foi um homem dotado de uma grande inteligência e tenacidade. E ele estava consciente disto e agia de consequência”, enalteceu o prelado católico, acrescentando que a natureza concede a alguns homens determinados valores práticos e teóricos.
Para o prelado, Dom Afonso Nteka acreditava sobremaneira no ditado “querer é poder”, o que ele traduzia nas suas palavras: “O nosso Deus é o Deus que nos abandona, porque tem confiança em nós e nas potencialidades submersas em nós”.
Com esta filosofia, prosseguiu o bispo, Afonso Nteka, quando tinha uma ideia ou um projecto por implementar punha-se de alma e corpo até alcançar os objectivos preconizados em prol da comunidade católica desta região.
“Viveu a vida como um desafio permanente de ser o primeiro em tudo e de uma certa forma conseguiu. Portanto, não se contentava do bom ou do suficiente, não. Queria sempre alcançar o óptimo”, destacou.
De acordo ainda com o bispo, Afonso Nketa defendia uma óptima educação para cobrir as responsabilidades políticas e religiosas, uma verdadeira e profunda educação religiosa para evitar confusão com a cultura local, procurando, deste modo, dar resposta aos últimos interrogativos da vida.
Segundo disse, Dom Afonso Nteka valorizava a suas origens e na sua pessoa era evidente o orgulho de ser bakango, angolano e africano, tendo se manifestado como um grande nacionalista.
Dom Afonso Nteka nasceu no dia 13 de Março de 1940, na localidade de Kazumbi, 20 quilómetros da sede municipal da Damba, província do Uíge e foi ordenado como padre capuchinho em 1971, depois da sua formação na Itália e Bélgica.
Exerceu também as funções de padre superior das Dioceses do Uíge e Mbanza Congo. Com o seu desmembramento foi nomeado bispo da Diocese de Mbanza Congo, em 1984.
No dia 10 de Agosto de 1991, um helicóptero das Forças Armadas Angolanas (FAA) transportava uma delegação mista (Governo e Igreja) para a vila fronteiriça do Nóqui, onde assinaria um acordo com as autoridades do Congo Democrático sobre o repatriamento de refugiados angolanos naquele país vizinho.
O aparelhou despenhou-se, tendo vitimado mortalmente alguns integrantes da referida comitiva. Antes desta singela homenagem foi realizada na Sé Catedral local uma missa eucarística celebrada pelo bispo da diocese de Mbanza Congo, Dom Afonso Carlos Kiaziku.
Via Angop