Professores e estudantes do Uíge reflectem sobre questões da saúde
Por Joaquim Júnior
A gineco-estética e professora de enfermagem da Escola Superior Politécnica do Uíge (ESPU), da Universidade Kimpa Vita, defendeu, na quinta-feira, a necessidade de se investir mais na prevenção de doenças, como uma das medida para se evitar os custos de internamento e medicamentos, e contribuir de forma satisfatória para o bem-estar das populações.
Idália Melo, de nacionalidade cubana, falava num encontro com as parturientes internadas na Maternidade Municipal do Uíge sobre a promoção da saúde puérpero, numa actividade promovida pela ESPU, em saudação ao Dia Internacional do Enfermeiro, assinalado na quinta-feira.
A docente universitária admitiu que a conjuntura económica actual do país, aliada à situação higiénico-patológica, marcada com os índices elevados de paludismo e febre-amarela, requer todo um trabalho aturado de prevenção, como forma de minimizar os custos de internamento e medicamentos.
Para a gineco-estética, a prevenção constitui a principal arma de protecção contra às doenças, referindo que ao se prevenir de uma patologia evita-se que a pessoa adquira uma enfermidade que causa gasto pelo internamento hospitalar e, no caso de morte, cria dor à família.
“Acredito que se pode evitar tais gastos económicos se desenvolvermos mais actividades de prevenção e promoção da saúde junto das comunidades. Penso que é possível trabalharmos neste sentido para o bem estar das populações”, precisou.
A gineco-estética Idália Melo, que coordenou o grupo de professores e estudantes do terceiro e quinto ano do curso de superior de Enfermagem da ESPU, que trabalhou na Maternidade Municipal do Uíge, destacou a prevenção e promoção da saúde reprodutiva, sobretudo dos cuidados necessários para que uma mãe e seu bebé gozem de boa saúde, e defendeu a necessidade de se primar pela higiene pós-parto, cumprimento rigoroso dos tratamentos e pela amamentação correcta da criança.
Em relação ao planeamento familiar, Idália Melo disse ser importante que as pessoas aderem ao processo para que possam aumentar a qualidade de vida das populações e lembrou que os cuidados de puérpero começam desde o acto do parto, em que a paciente deve observar certos cuidados para a recuperação da saúde depois de ter a criança, como, por exemplo, a higiene pessoal e da criança que nasce com um sistema imunológico deprimido.
“Os cuidados visam evitar que os microrganismos sejam inalados pela bebé e provoquem qualquer patologia. Para a mãe, pode causar a malnutrição e outros problemas”, alertou.
Durante os trabalhos na maternidade, a equipa de professores e estudantes de enfermagem da Universidade Kimpa Vita e da Escola Técnica de Saúde do Uíge, transmitiram às mulheres em serviço de parto conhecimentos diversos sobre os cuidados que devem ser observados em suas casas, assegurando boa saúde para as mães e os recém-nascidos. Professores e estudantes passaram em revista informações úteis as parturientes relacionadas com o período recomendado pelos médicos para a amamentação das crianças, que vai dos quatro aos seis meses de idade e da quantidade de banhos diários para um recém-nascido.
Foram ainda informados sobre os cuidados a terem em conta com tratamento do cordão umbilical e alertadas quanto ao cumprimento das consultas e das vacinas de imunização, no caso das crianças.
A parturiente Adelaide Jorge disse ter recebido com agrado as instruções passadas pelos profissionais, admitindo que pouco sabia sobre alguns cuidados que tem de observar para a prevenção da sua saúde e dos seus filhos. “Tinha dúvidas sobre o primeiro banho e a primeira amamentação da criança. Agora ficou mais claro”, disse.
Partos arrastados
A directora-geral da Maternidade Municipal do Uíge, Catarina Cabelenga, mostrou-se preocupada com os elevados casos de partos arrastados, na sua maioria de parturientes provenientes das localidades do interior da província, sendo que muitas delas terminam em cesariana, além do registo de muitos nados mortos.Segundo a responsável, os casos devem-se a resistência de muitas mulheres preferirem fazer partos fora das maternidades ou sem assistência de uma parteira preparada para o efeito, sublinhado que dos 25 partos realizados por dia na maternidade, cerca de cinco por centos são casos de partos arrastados, que chegam em estado de emergência e pronto para cesariana.
“Muitas parturientes que chegam à maternidade apresentam complicações difíceis, como gravidezes precoces, negligência às orientações médicas ou por recorrerem a outros métodos que não ajudam na promoção da saúde reprodutiva”, lamentou.Catarina Cabelenga considerou proveitoso o trabalho de educação realizado pelos professores e estudantes de enfermagem na maternidade e acredita que as parturientes acataram os conselhos transmitidos
A Maternidade Municipal do Uíge dispõe de serviços de ginecologia, obstetrícia, ecografia, Raio-X, bloco operatório, e do Programa Alargado de Vacinação (PAV). O hospital dispõe de 74 salas de internamento.
Via JA